É possível clonar animais para livrá-los da extinção?
Em teoria, sim. Duas técnicas poderiam ser usadas. Na primeira, o embrião seria dividido em dois, pouco depois da fecundação. O resultado seria a duplicação do número de filhotes. Essa técnica já é usada para animais domésticos, como boi, com sucesso. Mas ainda não se sabe se daria certo com espécies selvagens. O funcionamento do sistema genético delas é pouco estudado.
A outra técnica é a que foi usada para clonar a ovelha Dolly (veja Como foi possível, SUPER número 4, ano 11). Nesse caso, células retiradas da glândula mamária do animal foram usadas como reprodutoras. Mas há uma limitação. Se o bicho está em extinção, é difícil conseguir fêmeas que forneçam óvulos para formar o embrião. Além disso, a própria experiência com a ovelha, um animal conhecido, se mostrou pouco eficiente para gerar novos indivíduos. “Eles clonaram inúmeros animais e só um sobreviveu. Por isso não é uma boa técnica se o que interessa é aumentar o número de indivíduos das espécie”, diz o geneticista Carlos Alberto Moreira Júnior, da Universidade de São Paulo. “A clonagem de animais selvagens, dos quais mal conhecemos a embriologia, seria mais difícil ainda”, completa Moreira.
Já o geneticista Assis Roberto Debem, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília, é mais otimista. “Já fazemos experiências com vários animais domésticos. Acho que é apenas uma questão de tempo até podermos aplicá-las em felinos, canídeos e primatas”, diz.
Duas técnicas para xerocar um animal
O milagre da duplicação
Uma fêmea é estimulada, com hormônios, a produzir vários óvulos 1. É feita a inseminação artitificial 2. Em alguns dias, os embriões são retirados da fêmea e divididos em dois 3. Cada metade é reimplantada no útero de uma outra fêmea, gerando um animal 4.
Quando uma célula vira bicho
Células são retiradas do bicho que vai ser clonado 1. Elas são depositadas em um meio com poucos nutrientes 2. O núcleo entra em estado letárgico. Depois, cada núcleo é colocado dentro de um óvulo 3, que passa a agir como um embrião gerador de um novo animal 4.