Sérgio Gwercman, diretor de redação
Foi a decisão mais importante da minha vida e foi tomada de sopetão. Eu estava mais faltando do que assistindo aula no curso de direito, louco para largar a faculdade, mas não sabia o que estudar no lugar. E então um dia, enquanto fazia uma simulação de reportagem numa lição de inglês, eu vi a luz: “é jornalismo”. Naquele segundo a decisão estava tomada. Mas, antes de anunciá-la, passei uns dias criando justificativas lógicas para mim mesmo, argumentos que me fizessem acreditar estar tomando o caminho certo. Eles deram o banho de racionalidade que a minha decisão precisava.
E assim foi feita a minha vontade. Meus pais foram contra, claro, porque o papel dos pais é olhar para a razão – e ela diz que advogados têm mais chances de um futuro próspero do que repórteres. Mas o meu instinto dizia que eu iria me dar melhor como jornalista. E eu estava certo. Emplaquei uma carreira no jornalismo e hoje edito a revista dos meus sonhos. Como é que uma decisão instintiva, tomada em um lampejo, pode ser mais acertada que uma decisão racional? É isso que você vai entender na matéria de capa desta edição. Começa na página 58.
Deu orgulho ver o editor Alexandre Versignassi na noite de autógrafos do livro dele, em agosto. Crash narra a história da economia e nasceu de uma matéria publicada nesta revista em 2008.
Há muito do estilo da SUPER no livro do Versi – como, ainda bem, há muito do estilo do Versi na SUPER. Editor mais veterano da redação, ele impregnou a revista com sua pegada: uma mistura de visão analítica, capacidade de apurar dados surpreendente e texto impecável. Se você quiser aprender sobre economia, leia o livro dele. E, se você quiser escrever bem, inspire-se no estilo dele (como eu faço, aliás).
A SUPER completa 24 anos neste mês. O presente a gente entrega na página 44: um pôster com uma viagem ao fundo do mar.
Parabéns. E um grande abraço.