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A história num punhado de moléculas

Ou explicados a partir de algumas poucas moléculas ¿ como preferem Penny le Couteur e Jay Burreson. É isso que a dupla de químicos faz em Os Botões de Napoleão.

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Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 30 jun 2006, 22h00

Tiago Cordeiro

Os Botões de Napoleão

Penny le Couteur e Jay Burreson, Jorge Zahar, 343 páginas, R$ 46

Eventos históricos como a derrota de Napoleão na Rússia ou a Revolução Industrial podem ser analisados sob a ótica da conjuntura geopolítica de seu tempo. Ou explicados a partir de algumas poucas moléculas – como preferem Penny le Couteur e Jay Burreson. É isso que a dupla de químicos faz em Os Botões de Napoleão. O título do livro se refere ao estanho de que eram feitos os botões do uniforme das tropas napoleônicas. Esse metal se esfarela no frio, então imagine o que aconteceu aos tais botões quando os franceses se embrenharam nas estepes russas durante o inverno… As especiarias, formadas por substâncias parecidas, como a piperina, a zingerona e a capsaicina, moveram a era dos descobrimentos. Elas ajudavam na conservação dos alimentos e ainda serviam como repelentes das pulgas que disseminavam a peste negra. Mas o título de molécula mais influente cabe à celulose. Entre várias outras utilidades, ela forma o algodão, um tecido confortável e resistente que sustentou o começo da Revolução Industrial na Inglaterra.

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Moléculas notáveis

Isopreno

A humanidade conhece a borracha há vários séculos, mas só nos últimos 150 anos ela foi largamente utilizada. Isso porque o isopreno, que forma a borracha, se derrete facilmente no calor e se quebra no frio. Foi só em 1839 que Charles Goodyear percebeu, por acidente, que o enxofre em pó dava ao produto mais resistência, sem tirar a elasticidade.

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Celulose

Essa molécula está envolvida no tráfico de escravos, na Revolução Industrial e na indústria do entretenimento. Ela é formada por um agrupamento de glicose, o açúcar que justificou o tráfico de africanos. Seus feixes de fibras formam o algodão, que foi o motor da Revolução Industrial. E, de quebra, a celulose ainda foi usada no celulóide, a película usada no cinema.

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Em 1845, o químico suíço Friedrich Schönbein derramou no chão da cozinha de casa uma mistura de ácidos nítrico e sulfúrico. Ao limpar a bagunça com um avental de algodão, provocou uma explosão. Schönbein foi o primeiro a perceber o potencial dos compostos nitrados. Graças a eles, Alfred Nobel (aquele dos prêmios) inventou a dinamite.

Alcalóides

A morfina (da papoula), a nicotina (do tabaco) e a cafeína (do chocolate e do café) são alcalóides com estrutura molecular parecida. Todos provocam prazer e podem viciar, mas a morfina é de longe o composto mais perigoso. Em 1898, a Bayer criou um analgésico a partir da morfina e começou a vendê-lo para tratar dor de cabeça. Estava inventada a heroína.

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A Pílula

Para impedir a gravidez, as mulheres já usaram chás, ovos de cobras e até mercúrio frito em óleo. A primeira pílula de uso oral totalmente confiável, a noretindrona, só surgiu na década de 1950 e causou a chamada revolução sexual. A pílula anticoncepcional é um tipo de esteróide, uma molécula que também forma o colesterol e os hormônios.

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