Hoje é um dia mais longo que ontem. Amanhã será mais comprido que hoje. A diferença é imperceptível. Segundo o climatologista Rodrigo Abarca del Rio, do Centro Espacial de Toulouse, na França, dentro de um século o dia ficará meio milionésimo de segundo mais longo. Del Rio descobriu esse fato comparando o aumento da temperatura do planeta nos últimos cinqüenta anos com o aumento da velocidade dos ventos. “O calor acelera os ventos que giram em direção oposta à rotação da Terra”, explicou ele à SUPER. “Com isso, tendem a brecá-la, por atrito. O resultado é que o planeta roda mais devagar.“ Assim, as tradicionais 24 horas de um dia – que é o tempo que a Terra leva para dar um giro completo – vão aumentando aos poucos.
Freio atmosférico
Correntes de ar aceleradas pelo calor reduzem a rotação da Terra.
Os ventos que viajam perto dos pólos não afetam o giro do planeta. Mas aqueles que acompanham o equador, chamados de ventos alíseos, se opõem ao giro da Terra e podem brecá-la por atrito.
A freada é produzida pelo aquecimento da atmosfera, que altera o equilíbrio de forças no planeta. Os ventos alíseos ficam de 10% a 15% mais fortes e, por causa do atrito com o relevo, reduzem a rotação terrestre.