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As listras das zebras funcionam como repelente de inseto

Pinturas listradas adotadas pelos guerreiros de diversas etnias indígenas ajudaram a chegar à conclusão.

Por Ingrid Luisa
17 jan 2019, 19h28

A seleção natural não dá ponto sem nó. Tudo na natureza tem uma razão – mesmo que a razão seja chamar a atenção, como a cauda do pavão. As listras das zebras, por exemplo, não servem só para perguntar se o bichinho é “preto com listras brancas ou branco com listras pretas”.

Várias funções hipotéticas já foram atribuídas às listras: elas podem ser um mecanismo para reter calor no organismo ou uma estratégia de camuflagem. Como as zebras vivem em rebanhos, a massa de listras em movimento galopante age como uma ilusão de óptica, dificultando a distinção de indivíduos. Um grupo de dez zebras, aos olhos de um predador sozinho, pode parecer vinte ou trinta.

Nosso assunto, porém, é um terceira possibilidade: a de que as listras seriam um repelente natural de mosquinhas chamadas mutucas (do gênero Tabanidaeou), comum em ambientes quentes e secos, como os que a maioria das zebras habitam. O primeiro artigo sobre essa possibilidade foi publicado na revista Nature em 2014, mas encarado com ceticismo pela comunidade científica. 

Agora, cientistas húngaros foram por outro caminho para provar essa hipótese: investigaram as pinturas corporais listradas (que imitam o padrão das zebras) de tribos da África, Austrália, Papua Nova Guiné e América do Norte. Os pesquisadores argumentam que provavelmente há uma função prática por trás do hábito, mesmo que seu significado cultural difira de etnia para etnia.

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No experimento, foram usados três manequins diferentes: um com pele escura, um com pele clara e outro com pele escura com listras brancas pintadas. Depois de deixar os manequins em uma pradaria perto de Szokolya, na Hungria, durante o verão, os pesquisadores contaram o número de mordidas que cada um recebeu. Ou melhor: o número de tentativas de mordida. Os manequins eram cobertos por um material adesivo, em que as mutucas grudavam para permitir a contagem depois.

Os resultados são expressivos: o manequim de pele escura foi dez vezes mais picado do que o modelo com listras e duas vezes mais picado que o manequim de pele clara.

Conclusão óbvia: as mutucas odeiam listras. E ainda bem que as zebras estão preparadas contra elas, pois muito mais do que causar dor momentânea e coceira, as fêmeas da espécie transferem doenças sanguíneas entre os animais que picam. Afastar os bichinhos voadores pode ser uma questão de vida ou morte – e a natureza é claro, já sabia disso.

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