O bioquímico Ricardo de Souza Pereira, da Universidade Estadual Paulista, em Araraquara, fez as primeiras fotos da levedura Saccharomyces cerevisiae, dispensando o uso de fixador – um pozinho que, jogado sobre as células, marca o seu “relevo”. A saccharomyces é o fermento biológico usado nas padarias e como matéria-prima de remédios contra asma, pressão baixa e disfunções musculares. Souza Pereira usou um microscópio de força atômica. Sem a maquiagem das células, o bioquímico notou por que diferentes linhagens da levedura são mais ou menos eficientes na produção de medicamentos. “É que quanto maiores são os poros na superfície mais fáceis ficam as reações bioquímicas”, disse ele à SUPER.
O microscópio que enxerga o invisível
Uma ponta superfina “varre” a superfície de uma amostra e fotografa as células em detalhe.
1 – Um feixe de laser bate sobre um espelho de ouro, fixado no suporte, que reflete os raios.
2 – A ponta, uma sonda de nitreto de silício, passa por cima das células.
3 – A cada irregularidade na célula, o raio laser muda de rumo.
4 – Uma célula fotoelétrica transforma o laser em impulsos elétricos que são decodificados em imagens por um computador.