Banho de sol
Cientistas desenvolvem células orgânicas que, borrifadas sobre o teto de uma casa, transformam luz solar em energia elétrica de uma forma mais barata.
Imagine-se andando pela rua com uma roupa que acabou de ser borrifada com um spray de células solares. O tecido dela, graças a essas partículas, agora pode captar luz solar e, transformando-a em energia, carregar automaticamente seu celular, palmtop ou CD-player. Cientistas da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, acreditam que uma cena assim será perfeitamente possível nos próximos anos. A cada minuto, o Sol irradia para a Terra mais energia do que a humanidade inteira consome em um ano. No entanto, a tecnologia para a conversão da energia solar em elétrica ainda é muito cara: custa três a quatro vezes mais que a forma hidrelétrica. Isso porque a maioria das células para a captação de energia solar são feitas de silicone inorgânico que, como um chip de computador, precisa passar por processos laboratoriais dispendiosos.
A boa notícia é que os recentes avanços em pesquisas e em nanotecnologia estão acelerando o desenvolvimento de células mais simples e baratas, que podem ser borrifadas, por exemplo, no teto ou nas paredes de construções para gerar energia para o local. As novas células solares orgânicas feitas de plástico têm, no entanto, eficiência de apenas 2,5% na absorção de energia, contra os 10% dos dispositivos convencionais inorgânicos. Mas, de acordo com os pesquisadores, no final o custo-benefício é compensador. Outra equipe de estudiosos, da Universidade da Califórnia, tenta desenvolver uma estrutura nanométrica que combina a flexibilidade do plástico com a comprovada eficiência de semicondutores inorgânicos. Por enquanto, a maior dificuldade dos pesquisadores é duplicar a eficiência das estruturas e, assim, atrair empresas interessadas no investimento.