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Bebês chineses editados geneticamente podem ter alterações no cérebro

Experiências realizadas em ratos apontam que a remoção do gene CCR5, como supostamente foi feito nas gêmeas Lula e Nana, afeta a inteligência e a memória

Por Ingrid Luisa
27 fev 2019, 15h38
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  •  (Endai Huedl/Getty Images)

    As gêmeas chinesas Lula e Nana têm dado o que falar desde o fim do ano passado, pois são os primeiros bebês editados geneticamente do mundo. O pesquisador He Jiankui, responsável pela polêmica empreitada, diz em um vídeo de apresentação que alterou o código genético das gêmeas para torná-las resistentes ao HIV — as bebês vieram da fertilização in vitro de um casal cujo pai é portador do vírus. Recentemente, o pesquisador foi demitido da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, que o acusou de trabalhar sozinho e sem a permissão da instituição.

    Mas, agora, novas pesquisas indicam que uma suposta resistência ao vírus da aids pode não ter sido a única consequência da edição genética: os cérebros das gêmeas também podem ter sido afetados.

    Essa hipótese vem de uma descoberta da Universidade da Califórnia. Os cientistas americanos constataram que o gene CCR5 inibe a formação de novas conexões entre os neurônios, e regula a memorização de informações no cérebro. E foi esse, justamente, o gene que He Jiankui diz ter removido das gêmeas.

    O novo artigo também mostra que pessoas que não possuem o gene naturalmente parecem se recuperar mais rapidamente de acidentes vasculares cerebrais e apresentam melhor desempenho acadêmico.

    “A resposta provavelmente é: sim, [a edição genética] afetou seus cérebros”, disse o neurobiólogo Alcino J. Silva, que participou do estudo americano. “Essas mutações provavelmente terão um impacto na função cognitiva das gêmeas.” Mas o que vai acontecer, exatamente, é impossível de prever. Não dá para saber se as gêmeas serão afetadas da mesma maneira que ratos, e a supressão do CCR5 torne-as mais inteligentes.

    Apesar de isso parecer uma espécie de eugenia, com o propósito de criar “humanos superinteligentes” por meio da tecnologia CRISPR, o pesquisador chinês afirma que não tinha essa intenção quando alterou o cérebro das gêmeas (ele diz que seu único objetivo era torná-las resistentes ao vírus HIV). 

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