A descoberta aconteceu por acaso. Mas isso não tira sua importância. Quando estudava nuvens de gases cósmicos nas vizinhanças dos núcleos de diversas galáxias, a astrônoma Thaísa Storchi-Bergmann, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, descobriu um buraco negro no centro da galáxia NGCI097, a 40 milhões de anos-luz da Terra. A pesquisadora, líder de uma equipe internacional que trabalha no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile, apontou o telescópio chileno de 4 metros de diâmetro para essa galáxia porque ela tem uma região muito próxima ao centro, onde estão se formando novas estrelas. Ao analisar a luz emitida pela região, ela percebeu que os gases ali giravam à velocidade de 10 000 quilômetros por segundo. Thaísa calculou que a massa desse gás era aproximadamente a mesma que a do Sol. Associando esses dados, ela concluiu que há um buraco negro no centro ai galáxia:
A descoberta é considerada um fenômeno. Segundo um dos maiores estudiosos de buracos negros, o físico Martin Rees, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, “a probabilidade de se encontrar buracos negros com esse tipo de estudo realizado por Thaísa Bergmann é de uma em 10 000”. Thaísa também reconhece a sorte: “Tratase de um buraco negro que estáadormecido e que só captura o que passa muito perto dele”, comentou a pesquisadora brasileira, em entrevista a SUPER. “Isso dificulta ainda mais sua identificação”.