Buracos no céu causam aurora boreal e austral
Confirmada a existência de buracos na magnetosfera
Os astrônomos nunca conseguiram entender direito como acontecem as auroras boreal e austral, aquela espetacular aparição de luzes coloridas nos céus polares. Tudo o que se sabia era que o fenômeno é produzido pelo vento solar – as tempestades magnéticas vindas do Sol. “Essas tormentas estão impregnadas de partículas eletricamente carregadas, que provocam fagulhas de luz ao se chocar com a atmosfera terrestre”, explica o astrônomo Alex Carciofi, da Universidade de São Paulo. O problema é que isso não deveria acontecer, porque a Terra está protegida por um escudo magnético, a magnetosfera. Durante meio século os cientistas se interrogaram se haveria rachaduras no escudo por onde as partículas solares pudessem entrar. Agora, dados enviados ao Programa Internacional de Física pela nave espacial Polar, da Nasa, confirmaram a existência dos tais buracos. Justamente nos pólos, a magnetosfera tem só 1quilômetro de espessura.
O vento solar, ao se aproximar da Terra, segue o campo magnético do planeta e acaba convergindo para os rasgões (veja o infográfico), onde as luzes fantásticas se formam.
Ao ser rebatido de volta para o espaço, elas afetam transmissões de rádio, satélites e sistemas de energia de todo o planeta.
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Algo mais
Quem mora em regiões como a Patagônia e o Canadá tem agora um bom motivo para olhar para o céu. É que as tempestades solares passam por picos de atividade a cada onze anos, e a previsão é que em 2000 elas estejam especialmente fortes, provocando diversas auroras polares.
Fagulhas polares
Ventos do Sol trazem beleza e perturbação para a atmosfera terrestre.
1. Partículas de vento solar carregadas de eletricidade acompanham o escudo magnético da Terra e acabam convergindo para os pólos Sul e Norte.
2. Lá encontram rachaduras por onde podem entrar na atmosfera terrestre. O choque com átomos de oxigênio, ali, produz as luzes da aurora.
3. Com a colisão, as partículas são lançadas de volta ao espaço com violência, interferindo nos satélites e nos sistemas de telecomunicação.