Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Carrapatos são ácaros, não têm cabeça nem cérebro e já mordiam dinossauros

Conheça melhor a biologia desses aracnídeos parasitas, parentes de aranhas e escorpiões, que estão tendo seus quinze minutos de infâmia no noticiário.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 jun 2023, 15h24 - Publicado em 14 jun 2023, 15h16

Carrapatos se tornaram o bichinho mais comentado do Brasil após um casal contrair febre maculosa em uma fazenda em Campinas (SP). Os dois morreram. Uma terceira morte suspeita, de uma mulher que foi ao mesmo local, está sendo investigada.

A doença é transmitida pelo carrapato-estrela, de nome científico Amblyomma cajennense, um aracnídeo que se aloja na pelagem das brasileiríssimas capivaras. E é exatamente por isso que você precisa conter o impulso e não agarrar esses bichões aquáticos. Leia mais sobre precauções e cuidados neste texto da Super

(Nota: não é uma boa ideia abraçar ou acariciar nenhum animal silvestre, tampouco se aproximar excessivamente deles ou estressá-los de qualquer outra forma. Observe de longe e com respeito. O Ibama agradece.)

Carrapatos transmitem muitas outras doenças perigosas, como a de Lyme. Vamos aproveitar os quinze minutos de fama deles para enfileirar algumas curiosidades sobre eles que, normalmente, não chamariam atenção alguma. A começar pela taxonomia: esses artrópodes não são insetos, e sim aracnídeos, como as aranhas e escorpiões. Ou seja, têm oito patas em vez de seis.

Continua após a publicidade

Calma que melhora: “carrapato” nada mais é do que o nome genérico que damos a um grupo ácaros extra grandes os maiores podem atingir 3 cm quando estão lotados de sangue. Existem 48,2 mil espécies de ácaros já descritas em periódicos científicos, e a maioria tem algo entre 0,25 milímetro (mm) e 0,75 mm. Alguns são até menores, mal visíveis a olho nu.

Estima-se que haja no mínimo meio milhão ainda por descrever: não é incomum encontrar uma espécie inédita em um inocente travesseiro.

Continua após a publicidade

Os ácaros se dividem em dois grandes grupos, os acariformes e os parasitiformes. Dentre os parasitiformes, existem um ordem chamada Ixodida. Esses são os carrapatos. Eles vêm, grosso modo, em dois tipos: os de corpo mole e os de carcaça crocante. Os moles têm a boca na barriga. Já os duros tem a pança blindada com uma casquinha de queratina, e a boca fica na frente.

Cabeça? Não, obrigado. Carrapatos não têm cabeça. Os carrapatos rígidos, com as queliceras frontais, até parecem ter uma cabeça, mas isso é uma ilusão: projetamos a nossa ideia de cabeça no aparato bucal deles, da mesma forma que vemos rostinhos em objetos que na verdade não estão sorrindo (a tal pareidolia).

Existem carrapatos sul-africanos do gênero Nuttalliella (não é Nutella) que não pertencem a nenhuma dessas duas categorias e estão entre os representantes mais primitivos desse tipo de bichinho existentes hoje. Falando em primitivos, os fósseis mais antigos de carrapato conhecidos infectavam dinossauros há 100 milhões de anos. Eles estão preservados em âmbar.

Continua após a publicidade

É bom notar que a pena em que esse carrapato foi encontrado tem apenas meio centímetro de comprimento – não pertencia aos dinossauros de grande porte que povoam o imaginário infantil, mas a um animal mais próximo dos pássaros atuais, tanto em tamanho como em aparência. Esses dinos pocket, possivelmente os ancestrais de nossos beija-flores e rouxinóis, viviam em ninhos e cuidavam de seus ovos. O dono da pena em questão surgiu 25 milhões de anos antes dos primeiros pássaros.

Por fim: poderíamos chamar os carrapatos de cabeças ocas se tivessem cabeças, já que essas pestinhas também não têm cérebro. Elas têm algo chamado singânglio a título de sistema nervoso central, uma área de grande concentração de nervos que fica entre o primeiro e o segundo par de pernas e é atravessada pelo esôfago.

O que dá um novo significado à expressão “pensar com a barriga”.

Continua após a publicidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.