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Cemitério mais antigo conhecido não foi feito pela nossa espécie

Sítio mortuário foi construído há 200 mil anos por indivíduos da espécie Homo naledi, mais primitivos: seu cérebro tinha o tamanho de uma laranja

Por Caio César Pereira
Atualizado em 13 nov 2023, 14h15 - Publicado em 6 nov 2023, 17h29
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  • Uma nova descoberta realizada por uma equipe internacional de pesquisadores pode mudar algumas percepções científicas sobre a evolução humana. Encontrado na África do Sul, o cemitério mais antigo até então já encontrado não foi feito pelo Homo sapiens, mas sim por uma espécie mais antiga e com cérebro bem menor.

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    Até então, o sítio de enterro mais antigo que se tinha notícia pertencia ao H. sapiens, e datava de aproximadamente 100 mil anos atrás. Como a espécie surgiu há 300 mil anos, não seria surpresa encontrar algum cemitério mais antigo. Mas não foi esse o caso. 

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    Em escavações realizadas na África do Sul, a equipe de pesquisadores liderada pelo paleoantropólogo Lee Berger encontrou um cemitério que remonta a pelo menos 200 mil anos atrás, e pertencente ao Homo naledi, um hominídeo primitivo da Idade da Pedra. Encontrada pela mesma equipe em 2013, e descrita em 2015, o Homo naledi é uma das mais novas espécies descobertas a integrar o gênero Homo.

    A descoberta já seria surpreendente não fosse um outro detalhe: o tamanho do cérebro desses hominídeos ancestrais. Até então, se acreditava que comportamentos do tipo só fossem possíveis em espécies com um cérebro grande, como o próprio H. sapiens e o Homem de Neandertal. Em uma espécie cujo cérebro era aproximadamente do tamanho de uma laranja, uma descoberta como essa pode alterar completamente o entendimento sobre a cognição e o tamanho do cérebro.

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    Ambas as descobertas foram realizadas no complexo de cavernas Rising Star, e que devido a sua complexidade e profundidade, só poderiam ser acessadas por algum motivo importante, como o do enterro. O complexo de cavernas está dentro do chamado Berço da Humanidade, localizado na África do Sul, patrimônio mundial da UNESCO que é conhecido pela quantidade de fósseis de espécies de hominídeos encontrados.

    Em 2021, os pesquisadores já haviam encontrado um crânio infantil no complexo de cavernas, sugerindo que o local era utilizado pelo H.naledi para o sepultamento de seus mortos.  Agora, eles encontraram outros 5 indivíduos, em buracos, que para eles, foram deliberadamente cavados. E mais. Para Berger e sua equipe, essas não são as únicas evidências que indicam um possível comportamento cognitivo mais complexo do H.naledi.

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    Em entrevista à AFP, Berger comenta que as descobertas mostram que a prática mortuária não está limitada a somente os hominídeos com cérebros grandes: “Isso significa não apenas que os seres humanos não são únicos no desenvolvimento de práticas simbólicas, mas talvez nem tenham inventado tais comportamentos.”

    Com aproximadamente 1,5 metro de altura, acredita-se que o H.naledi descenda de uma linhagem antiga, tendo vivido entre 240 e 330 mil anos atrás.

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    Os pesquisadores ponderam que ainda faltam mais análises adicionais a serem feitas, mas que caso confirmadas, as descobertas sobre o H.naledi podem adicionar mais um capítulo à já complexa história da origem humana.

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