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Cientistas descobrem nova espécie marinha usando apenas imagens de vídeo

Carambola-do-mar estava a 3,9 mil metros de profundidade, próxima à costa de Porto Rico, e foi flagrada por um robô operado remotamente.

Por Guilherme Eler
4 dez 2020, 20h37

Quem lê a SUPER sabe que novas espécies de animais nem sempre são descobertas em seu habitat natural. Vários bichos inéditos só ganharam um nome científico após pesquisadores revisarem evidências antigas, coletadas anos antes – e, por vezes, esquecidas em coleções de museus.

Não precisa nem ser uma amostra do bicho em si: dados como o coachar de sapos ou o canto de aves, por exemplo, podem sugerir que cientistas encontraram uma espécie nova. Basta ter experiência o suficiente para encontrar diferenças que tornam o animal único.

Dito tudo isso, a notícia é que um grupo de pesquisadores americanos inovou nesse processo: descobriu a espécie de carambola-do-mar (que você vê acima) usando apenas imagens de alta definição em vídeo. Batizada Duobrachium sparksae, ela foi flagrada ainda em 2015. O artigo científico que comenta o achado, porém, foi publicado somente agora, na revista científica Plankton e Benthos Research. Você pode lê-lo clicando aqui.

O ser gelatinoso estava em um cânion submarino próximo à costa de Porto Rico, a 3,900 m de profundidade. Ele apareceu durante uma expedição da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), agência ligada ao governo dos EUA. A missão usou o veículo robótico Deep Discoverer, operado remotamente, para navegar pelo leito oceânico e flagrar o animal com suas lentes poderosas.

“As câmeras do Deep Discoverer são capazes de obter imagens de alta resolução de estruturas com menos de um milímetro. Não temos os mesmos microscópios que teríamos em um laboratório, mas o vídeo pode nos dar informações suficientes para entender a morfologia em detalhes, como a posição das partes reprodutivas do bicho e outros aspectos”, disse Allen Collins, pesquisador da NOAA que fez a descoberta, em comunicado.

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Segundo Collins, não havia um dispositivo adequado para coletar a espécie no momento do encontro. Mas, mesmo se o grupo tivesse o equipamento, ainda assim teria pouco tempo para analisar o bicho. “Animais gelatinosos não duram muito”, diz. Na ocasião, o Deep Discover filmou três exemplares de Duobrachium sparksae.

Carambolas-do-mar contam com oito fileiras de cílios em formato de pente, que as ajudam a navegar pela água. Existem mais de 100 espécies – todas elas são carnívoras e costumam se alimentar de artrópodes e pequenas larvas marinhas.

Identificar um animal com tão poucas informações não é uma técnica 100% precisa, explica o próprio Collins. “A identificação por vídeo pode ser controversa. Por exemplo, algumas descrições de espécies de insetos foram feitas com imagens de baixa qualidade e alguns cientistas não acham que é uma boa maneira de fazer as coisas.”

Isso não diminui em nada a validade das imagens, claro: sabendo da existência da Duobrachium sparksae na região, grupos de cientistas agora poderão se dedicar a investigar o novo bicho mais a fundo – e, até mesmo, descobrir que não se trata de uma espécie nova coisa nenhuma. É assim que a ciência caminha.

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