Dante Grecco
Pela primeira vez na história, uma sonda orbitará um cometa e lançará um módulo sobre seu núcleo. Esse é um dos mais espetaculares projetos da Agência Espacial Européia (ESA), que teve início em 2 de março.
Nesse dia, o foguete Ariane-5, com a sonda Rosetta a bordo, foi lançado da base de Kourou, na Guiana Francesa. Dezoito minutos depois, a Rosetta começava sua longa jornada de 5 bilhões de quilômetros rumo ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. A missão, de 900 milhões de euros (cerca de 3,2 bilhões de reais), irá durar dez anos.
O encontro está agendado para agosto de 2014, quando um pequeno robô-laboratório de 100 quilos, chamado Philae, será ejetado da sonda a uma altitude de mil metros. Devido à tênue gravidade do cometa, ele descerá suavemente até a superfície gelada do núcleo. Assim que o tocar, será lançado um arpão para prendê-lo à superfície do astro.
O robozinho carrega nove instrumentos científicos que, durante um mês, farão fotos em alta resolução e recolherão informações sobre seus aspectos físicos e químicos.
Para os cientistas, estudar os cometas é instigante porque esses astros errantes são feitos da mesma matéria sólida da nebulosa que deu origem ao sistema solar há 5 bilhões de anos. “Teremos de ser muito pacientes. Mas valerá a pena”, disse Jean-Jacques Dordain, diretor-geral da ESA.
A ficha do cometa
Nome: 67P/Churyumov-Gerasimenko
Diâmetro: 3 x 5 km
Descoberta: 1969, por Klim Churyumov e Svetlana Gerasimenko
Órbita: 6,6 anos para dar uma volta ao redor do Sol