No começo dos anos 90, cientistas ingleses que desenvolviam um remédio para hipertensão notaram algo curioso: os homens que tomavam a droga tinham mais ereções. Nascia o Viagra. Ele ampliou a vida sexual e afastou o fantasma da impotência (no Brasil, 45% dos homens têm disfunção erétil, segundo a USP). E também mexeu com outras coisas. Os chineses costumavam importar 20 mil focas e renas do Canadá por ano – porque acreditam que comer seus órgãos aumenta a potência sexual. Com o surgimento do remédio, o número caiu para zero. O Viagra salvou animais. E também salvou gente. Muitos dos 37 milhões de homens que foram ao médico pedir Viagra descobriu que era hipertensa, cardíaca ou tinha outra doença crônica que pode passar a prevenir. Além disso, o Viagra reduz os efeitos colaterais da quimioterapia, ajuda fetos prematuros a respirar e combate o câncer de próstata. Mas, como nada é perfeito, ele também destruiu casamentos (os divórcios entre idosos cresceram 37% nos EUA) e pode ter ajudado a espalhar aids – triplicou o número de casos entre mulheres acima de 50 anos, possivelmente porque seus maridos passaram a fazer mais sexo fora do casamento.