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Descobertas galáxias ‘Peter Pan’, que nunca vão crescer

Levantamento com 90 mil radiogaláxias revelou 1,5 mil eternas crianças — que não parecem interessadas em aumentar de tamanho no futuro

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
10 mar 2017, 00h19

Não se sinta mal da próxima vez que você roubar brigadeiro da mesa de aniversário antes da hora do parabéns — ou qualquer outra atitude infantil de sua preferência. Afinal, até as galáxias querem ser crianças para sempre. Um grupo de pesquisadores liderados por Joseph Callingham, do Instituto de Radioastronomia da Holanda, descobriu que galáxias bebê são mais comuns no universo do que antes se imaginava — e que poucas delas realmente vão crescer e se tornar grandes aglomerados de estrelas com o passar dos (milhões de) anos.

“Por muito tempo, nós pensamos que todas as galáxias pequenas se tornariam massivas eventualmente”, declarou Callingham à imprensa. “Mas agora nós encontramos uma quantidade de galáxias pequenas muito grande se comparada ao número de galáxias grandes. Isso sugere que algumas delas jamais chegarão à fase adulta.” Das 90 mil galáxias analisadas no levantamento, 1,5 mil eram compactas, uma taxa que parece pequena à primeira vista, mas que é muito mais alta que o esperado.

A descoberta não vale para todo o universo: se limita às radiogaláxias, um tipo específico de aglomerado de estrelas cuja principal característica — como você já pode ter imaginado — é emitir boa parte de sua radiação eletromagnética no mesmo comprimento de onda que seus pais usavam para ouvir música antes do MP3. Por causa disso, elas só podem ser observadas por meio de um radiotelescópio como o Murchison Wide-field Array (MWA) — engenhoca localizada no árido deserto australiano que foi usada pela equipe de Callingham.

Entender porque essas 1500 crianças mimadas se negam a crescer já é mais difícil. Radiogaláxias, em geral, têm enormes buracos negros no seu centro, e eles sugam constantemente vastas quantidades de gás e poeira. Esse processo libera dois jatos simétricos de partículas de alta energia que partem rumo ao espaço aberto com o ímpeto de um colonizador europeu, aumentando a área ocupada pelo aglomerado e dando a ela a aparência de uma gravata borboleta. A sacada dos pesquisadores foi perceber que algumas dessas galáxias — uma parcela das 1,5 mil Peter Pans— têm camadas de poeira e gás tão densas no caminho dos raios que eles não conseguem se afastar tanto assim do centro. Nasce, assim, um aglomerado fadado a estagnar sem sair da infância. Triste, não? 

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