A Nasa nunca foi de pensar pequeno. Mesmo agora, em tempos de crise econômica, os caras estão com planos cabulosos – certamente os mais ambiciosos desde que o presidente John Kennedy ordenou a realização das primeiras missões lunares, no início dos anos 60. O que não quer dizer que eles irão se realizar, é claro. Os engenheiros já bolaram o esquema completo de como a coisa deve funcionar, e muitos cientistas já deram seus pitacos sobre o que fazer na Lua após voltarmos para lá. Agora, na prática, só falta uma coisa: tutu. Isso mesmo, grana, dinheiro, também conhecido por lá como money. O projeto começou a ser colocado em prática por ordem de George W. Bush. Problema: ele mandou fazer, mas não deu a grana para que a coisa fluísse. Agora, ao pegar o rojão, o presidente Barack Obama também não está dando muitos sinais de que vai gastar o rico dinheirinho do contribuinte americano com a Nasa. Um comitê analisa uma série de alternativas para o programa espacial tripulado, que pode acabar adiando a ideia de retornar à superfície da Lua. Mas não cancelar. Até porque, se os americanos não fizerem, a China acabará fazendo. Então dê uma olhada no que provavelmente será o futuro da exploração lunar e como começaremos a construir a primeira cidade humana fora da Terra.
MISSãO DUPLA
O Projeto Constellation, que prevê o retorno à Lua, trabalha com dois foguetes, lançados do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
CARGA LUNAR
O Ares V leva ao espaço um estágio capaz de empurrar até 71 toneladas para a Lua, além de um módulo lunar Altair, para pouso no satélite.
CÁPSULA ORBITAL
O Ares I (ou algum outro foguete de média capacidade) leva a espaçonave Orion, com capacidade para abrigar até 4 astronautas.
A VIAGEM
As duas peças se acoplam em órbita da Terra. O foguete é acionado e o conjunto parte para a Lua; após a queima, o estágio de partida é descartado.
1. CHEGADA
Após 3 dias e meio de viagem, os motores da cápsula Orion são acionados para entrada numa órbita lunar. Quando isso acontece, o Altair se desprende.
2. GIRA-GIRA
A Orion continua mantendo uma órbita ao redor da Lua enquanto o Altair faz sua descida e pousa na superfície lunar.
As 3 fases da colonização
A Nasa trabalha na ideia de enviar várias missões para um dos pólos lunares. A região protegerá os astronautas de variações de temperatura e permitirá contato direto com a Terra.
RECONHECIMENTO
Com a ajuda de veículos motorizados, os astronautas fariam um reconhecimento da região ao redor do local de pouso, prospectando futuras atividades a ser conduzidas.
OÁSIS LUNAR
Crateras podem abrigar gelo, escondido dos raios solares; a água é importante tanto para o consumo como para a produção de combustível e ar.
RADIOTELESCÓPIOS
A Lua pode servir de escudo contra as transmissões terrestres, o que facilitaria a condução dos programas de busca por inteligência alienígena.
TELESCÓPIOS
Sem atmosfera e com um ritmo de rotação muito lento, a Lua também é um lugar ideal para a instalação de telescópios ópticos.
ESTUFAS
Com o auxílio de técnicas hidropônicas desenvolvidas na Estação Espacial Internacional, os astronautas começam a fazer o plantio de alimentos na Lua; há várias plantas que poderiam ser adaptadas para cultivo lunar.
PAINÉIS LARES
Deve haver energia abundante vinda do Sol; há algumas regiões altas, próximas aos polos, em que a luz bate ininterruptamente.
USINA NUCLEAR
Energia solar pode não bastar; caso isso aconteça, é inevitável que se faça a instalação de uma usina nuclear.
AO “AR LIVRE”
Com a construção de cúpulas gigantes capazes de filtrar a radiação solar, os habitantes poderão ter um gostinho do que é caminhar sem trajes de astronauta pelo solo lunar. Parques e outras instalações podem ser construídos, para levar um pedaço da Terra para os habitantes da Lua.
DE VOLTA ÀS CAVERNAS
Para ficarem protegidos da radiação solar e cósmica, os habitantes lunares morarão em módulos de habitação “enterrados”.
2020…2030 – As primeiras missões tripuladas
2030…2050 – Montando a infraestrutura
2050…2100 – Colonização definitiva
US$ 108 bilhões é o custo total até as primeiras missões de pouso lunar.
US$ 7 bilhões é o que a Nasa já gastou no projeto, em 4 anos.
Com a grana mais curta gasta com voo espacial, essa data poderia escapar de 2020 para 2028
Duas gerações de espaçonaves lunares
Veja as diferenças de tamanho e design entre as espaçonaves usadas para as primeiras viagens à Lua e as futuras missões ao satélite natural
Módulos orbitais
Módulo de comando Apollo
Diâmetro: 3,9 m
Altura: 3,5 m
Área habitável: 6,2 m3
Tripulação máxima: 3
Módulo de comando Orion
Diâmetro: 5 m
Altura: 3,3 m
Área habitável: 11 m3
Tripulação máxima: 4
Módulos lunares
Apollo
Altura: 6,4 m
Área habitável: 6,65 m3
Tripulação máxima: 2
Altair
Altura: 9,7 m
Área habitável: 31,8 m3
Tripulação máxima: 4