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Dinos do gênero Alossaurus praticavam canibalismo

Marcas de dentes em mais de 600 ossos fossilizados revelam que esses carnívoros caçavam a si próprios – a questão é saber se isso era exceção ou hábito.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 Maio 2020, 13h38

Os dinos carnívoros do gênero Allosaurus viveram no final do período Jurássico, há algo entre 155 e 145 milhões de anos. Atingiam, em média, 9 metros de comprimento; alguns indivíduos particularmente bem alimentados podiam bater a marca dos 12 metros. Eles eram bípedes, com um par de pernas musculosas e dois bracinhos de aparência débil – mais ou menos como os T. Rex.

(A maioria dos leigos diria que os Alossaurus lembram superficialmente os T. Rex, ainda que eles sejam animais bem diferentes, que nunca se encontraram: um viveu 80 milhões de anos depois do outro. O T. Rex está mais próximo temporalmente da invenção do iPhone do que os Alossauros estão do T. Rex.)

A análise de 2368 ossos de dinossauro de 152 milhões de anos atrás, fossilizados na pedreira de Mygatt-Moore, no oeste de Colorado, nos EUA revelou que 684 deles – 29% do lote – tinham marcas de dentes de Allosaurus. O surpreendente era que muito dos ossos eram dos próprios Allosaurus. Sinal de que eles almoçavam os membros de sua espécie. A questão é saber se isso era um hábito recorrente – ou se só acontecia em momentos de fome extrema.

 

 

“Nós não sabemos se Mygatt-Moore preservou um ecossistema sob tensão, em que os terópodes como o Allosaurus estavam comendo qualquer coisa – inclusive a si mesmos”, diz ao jornal britânico The Guardian a paleontóloga Stephanie Drumhller-Horton, uma das autoras do estudo publicado no periódico Plos One. “Talvez vez esse fosse o comportamento normal deles, e nossas coletas de fósseis anteriores nos enganaram.”

É difícil estabelecer em que situação os ossos foram roídos. Quando há uma marca de dente em uma região do corpo com mais carne, ela provavelmente foi feita pelo dinossauro que caçou e matou seu oponente – afinal, ele fica com os cortes mais nobres, por assim dizer. Por outro lado, marcas em locais magros, como braço, mãos, pés etc. costumam ser feitas por carniceiros que aproveitam o cadáver depois que o predador foi embora.

Havia marcas feitas pelos dentes serrilhados dos Alossaurus tanto em ossos de partes cobiçadas do corpo quanto em trechos pouco nutritivos, sinal de que eles agiam tanto como caçadores quanto como urubus.

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A notícia pode virar o estômago dos leigos, mas os paleontólogos já sabem há algum tempo que canibalismo existia entre os dinossauros: ossos de uma outra espécie de carnívoros terópodes encontrados na ilha de Madasgascar, analisados há mais tempo que os fósseis dos Allosaurus, também têm evidências de canibalismo. E os crocodilos contemporâneos, que estão entre os parentes mais próximos dos dinos ainda existentes, também comem outros crocodilos às vezes.

 

 

 

 

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