Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ecologia e tecnologia em defesa do ozônio

A Multibrás descobriu um jeito de evitar que o CFC das geladeiras escape para a atmosfera e ensinou 60% dos técnicos em refrigeração do Brasil a lidar com o problema. Até os concorrentes aderiram

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 Maio 2002, 22h00

Paulo D¿Amaro, de São Paulo, SP

Você sabia que sua geladeira pode representar um perigo para o planeta? Não? Tudo bem, não se envergonhe. A maioria das pessoas não sabe. O fato é que os refrigeradores, os freezers e os aparelhos de ar-condicionados produzidos no Brasil até 2000 contêm o nefasto clorofluorcarbono, ou CFC. Se liberado, esse gás sobe até as altas camadas da atmosfera e destrói o ozônio, que nos protege das radiações solares. Os CFCs foram banidos por resoluções internacionais. Mas o que fazer com os 60 milhões de eletrodomésticos que já continham o composto? “Simples: temos que evitar que ele escape”, diz o engenheiro Heriney Lima Queiroga.

Queiroga é responsável pelo Projeto Ozônio, uma iniciativa da Multibrás – grupo de empresas que congrega Brastemp, Consul, Semer e a argentina Whirlpool. “Quando o técnico vai à casa do cliente, muitas vezes é obrigado a abrir as partes herméticas do mecanismo, liberando o CFC”, explica Heriney. “O que fizemos foi criar um equipamento para recolher o gás e treinar os técnicos a usá-lo.”

Não foi fácil. O tal aparelho, chamado “recolhedora”, já existia nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, custava mais de 5 000 reais, quantia proibitiva para as 1 300 pequenas oficinas de assistência técnica do país. Além disso, pesava 23 quilos, o que tornava penoso o uso no dia-a-dia. Em parceria com outra empresa, a Refrigeração Espírito Santo, a Multibrás criou uma recolhedora que custa só 700 reais e pesa 12 quilos. Ligada à geladeira, ela retira os 3 quilos de CFC do mecanismo. O gás é então armazenado em cilindros na sede da assistência técnica e enviado a um dos dois centros de reciclagem de CFC no país.

Continua após a publicidade

Mas de nada adiantaria essa tecnologia toda sem a colaboração de quem mete a mão na massa: os 3 000 técnicos que visitam os lares brasileiros diariamente. Heriney e sua equipe criaram um programa de treinamento para quem conserta refrigeradores – seja de qual marca for. A idéia foi tão bem-sucedida que os concorrentes se juntaram e hoje dividem o orçamento, para baratear os custos dos equipamentos e oferecer capacitação de graça. Nada menos que 60% dos técnicos em refrigeradores do Brasil já foram treinados. Eles não aprenderam apenas a manipular os equipamentos. “Recebemos também informações sobre o problema da camada de ozônio”, diz Luiz Marco, gerente da oficina de assistência técnica Multicenter, de São Paulo.

“Estimamos que 40 toneladas de CFC deixem de vazar a cada ano graças a esse empenho”, diz Heriney. “Não há quem queira deixar para seus filhos um mundo onde não seja possível freqüentar a praia”, afirma o engenheiro de 32 anos, pai de uma garotinha de 5 – que adora brincar na areia.

Os finalistas

A Viação Santa Brígida, uma empresa de ônibus de São Paulo, chegou perto de ganhar o prêmio de melhor projeto de empresa na categoria Ar com seu bem-sucedido trabalho de diminuição da emissão de poluentes pelo escapamento. O projeto virou referência nacional. O outro finalista foi a Aracruz Celulose, que diminuiu drasticamente o mau cheiro exalado por sua fábrica na cidade capixaba homônima.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.