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Empresa altera DNA de verdura para deixá-la mais gostosa

Técnica muda o sabor da mostarda-castanha – que é nutritiva, mas amarga.

Por Maria Clara Rossini
19 out 2023, 11h06

Nos EUA, a folha de mostarda-castanha é considerada uma “superfood”: termo comercial inventado para designar alimentos de alto valor nutricional. Apesar dos benefícios à saúde, nem todo mundo inclui esse vegetal cru na salada: culpa do seu sabor bastante amargo e pungente.

Mas a empresa americana Pairwise usou a técnica de edição CRISPR (principal ferramenta da genética moderna) para modificar o sabor da folha e torná-la mais palatável. A Super conversou com o químico Haven Baker, cofundador da companhia, para entender a novidade.

Qual é a diferença entre um alimento editado com CRISPR e um transgênico?

Os alimentos transgênicos geralmente têm DNA de outro organismo introduzido. Já a técnica CRISPR é usada para fazer edições pequenas e precisas na sequência genética que já está presente. Podemos alterar traços para tornar o produto mais gostoso, conveniente e desejável, sem comprometer a nutrição.

Estamos mudando o DNA que já existe nas plantas. É basicamente acelerar o que a natureza já consegue fazer sozinha, uma seleção para aumentar traços desejáveis e reduzir os indesejáveis.

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Quais genes vocês modificaram?

Nós “desligamos” os genes responsáveis pelo sabor desagradável, que codificam uma enzima chamada tioglucosidase. Esse processo [a inativação da enzima] já ocorre naturalmente em algumas variações da mostarda-castanha, ou quando ela é cozida [o que reduz a quantidade de nutrientes].

O resultado é uma folha palatável, e com o dobro de nutrientes da alface – como vitamina C, vitamina E, cálcio e vitamina B6. Tirando o gosto, essas mudanças não impactam outros atributos do vegetal.

Quando a mostarda modificada deve chegar ao mercado? E quais outras comidas editadas com CRISPR vocês pretendem desenvolver no futuro?

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Recebemos a autorização do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em abril de 2020. Devemos começar as vendas no final deste ano, com preço semelhante ao da mostarda orgânica. A nossa ideia é pegar produtos saudáveis, e eliminar as barreiras que dificultam o consumo deles.

Isso inclui criar amoras e framboesas sem sementes, e desenvolver frutas sem caroço que possam ser comidas em uma mordida só. No futuro, também esperamos conseguir aumentar o prazo de validade [dos alimentos] e acelerar a adaptação das plantações às mudanças climáticas. 

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