Há 225 milhões de anos, um esqueleto de 1 metro de comprimento repousava intacto no vale andino de Ischigualasto, no noroeste da Argentina, aos pés dos Andes. O animal, que foi chamado Eoraptor, era carnívoro, não pesava mais de 10 quilos, possuía três dedos em forma de pinça em cada pata e viveu 100 milhões de anos antes do mais célebre dinossauro conhecido, o temido Tyrannosaurus rex, um gigante de 7 toneladas que devorava qualquer animal que atravessasse seu caminho. Segundo seus descobridores, uma equipe de paleontólogos americanos e argentinos das universidades de Chicago e San Juan, o Eoraptor, legítimo representante do Período Triásico foi, provavelmente, um ancestral do Tyrannosaurus, assim como das outras 350 espécies de dinossauros que se conhecem hoje.
“Ele é, de fato, a pista mais próxima que temos hoje do ancestral comum de todos os dinossauros”, explicou Paul Sereno, da Universidade de Chicago. “Tudo leva a crer, portanto, que os mais antigos dinossauros eram de pequeno porte, carnívoros e bípedes uma hipótese que já tínhamos formulado, mas que ainda precisava ser comprovada”. O Eoraptor foi encontrado em outubro de 1991, mas a descoberta só foi anunciada em janeiro deste ano, pois era preciso que os cientistas se certificassem da autenticidade do achado.