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Essas aranhas são canibais, mas não machucam suas irmãs nem se estiverem morrendo de fome

Algum tipo de sinal social impede as aranhas-labirinto de transformarem a família em almoço, segundo um novo estudo.

Por Eduardo Lima
9 abr 2025, 14h00

As aranhas-labirinto (Agelena labyrinthica) vivem pela Europa, normalmente sozinhas durante a vida toda. Afinal, é meio difícil estabelecer um vínculo comunitário quando você é um animal que, não contente com insetos menores, também gosta de caçar e comer seus companheiros de espécie.

Essas tendências canibais só são mais leves nos primeiros momentos de vida, quando as aranhas dividem tranquilamente uma teia com suas irmãs. Agora, um novo estudo descobriu que as Agelena labyrinthica não machucariam suas irmãs nem se estivessem morrendo de fome.

A pesquisa, publicada no periódico Animal Behaviour, testou os limites da tolerância entre irmãos ao colocar aranhas-labirinto criadas em laboratório em um mesmo ambiente sem comida. A ideia era ver se, nesse teste macabro, uma aranha se voltaria contra sua própria irmã. Para a surpresa dos pesquisadores, houve paz na família.

Fatores sociais das aranhas-labirinto são essenciais para preservar o relacionamento de irmãos entre as jovens canibais. Porém, quando elas morrem, a proibição deixa de valer: comer o cadáver do irmão e da irmã está liberado.

Respeito pelos vivos, apetite pelos mortos

As aranhas-labirinto vivem em complexos túneis de teias (daí o nome da espécie). As fêmeas botam e chocam seus ovos (até 130 de uma vez) no centro dos labirintos durante o verão. Os filhotes ficam até o inverno com as mães, e depois passam a viver sozinhos a partir da primavera.

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Logo quando nascem, as aranhas-labirinto se alimentam da gema do ovo que as hospedou. Depois de alguns dias, essas aranhinhas já conseguem caçar moscas. Se a mãe morre nesses primeiros meses, os filhotes também não terão pudor algum em comê-la.

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O experimento para entender o respeito entre irmãos na espécie Agelena labyrinthica envolveu coletar ovos de aranhas na natureza, no sudoeste da França, e chocá-los em laboratório. Alguns dos espécimes ficaram sozinhos, enquanto outros foram mantidos em grupos de quatro.

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Os animais passaram 20 dias sem ser alimentados. Depois desse período, os cientistas começaram a colocar duas aranhinhas esfomeadas em uma pequena estrutura de plástico que funcionaria como Coliseu dessas gladiadoras lutando por comida. Não foi o que aconteceu com as aranhas criadas em grupos, que eram muito menos agressivas do que os espécimes que passaram 20 dias de fome sozinhos.

A hipótese dos pesquisadores é que isso acontece porque as aranhas criadas de forma isolada são menos sensíveis a possíveis sinais sociais entre aracnídeos. Basicamente, as aranhas solitárias não conseguem desenvolver tato social. Elas só pegam as dicas sociais em situações como o sexo, que envolve outros sinais, como os feromônios.

Tanto as aranhas antissociais quanto as que foram criadas em grupo não têm o mínimo respeito pelas companheiras falecidas, no entanto. Assim que morrem, é janta. Isso impressionou os pesquisadores, porque as aranhas tendem a gostar mais de presas vivas, e não mortas. A descoberta também sugere que as aranhas-labirinto não se matam quando vivas porque transmitem algum tipo de comunicado químico para mostrar que não devem ser comidas. Estudos futuros podem examinar essa possibilidade.

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