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Estrogênio e progesterona regulam processos analgésicos, aponta estudo

Hormônios femininos estimulam a produção de opioides naturais, impedindo que sinais de dor cheguem ao cérebro.

Por Manuela Mourão
6 abr 2025, 12h00

Quando uma pessoa entra na menopausa, a produção de estrogênio e progesterona diminui. Outra reação comum é o aumento do desconforto físico e de dores no corpo. Agora, um novo estudo aponta que essas duas situações podem estar relacionadas: hormônios femininos podem impedir que sinais de dor cheguem ao cérebro, estimulando a produção de opioides por células imunes localizadas próximas à medula espinhal.

De acordo pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, a descoberta abre caminho para novos tratamentos para dores crônicas. Além disso, pode ajudar a explicar o aumento da dor no período pós-menopausa e por que alguns analgésicos funcionam melhor em mulheres do que em homens.

A pesquisa analisou a função das células imunes T-reguladoras (T-regs), responsáveis por controlar a resposta do sistema imunológico. “O fato de haver uma influência dependente do sexo nessas células [as T-regs] – impulsionada pelo estrogênio e pela progesterona – e que isso não esteja relacionado a nenhuma função imunológica é muito incomum”, disse a autora da pesquisa, Elora Midavaine, em comunicado. O estudo foi publicado na Science

Para a investigação, Midavaine e sua equipe analisaram a presença dessas células em camadas protetoras que envolvem o cérebro e a medula espinhal em camundongos – tecidos conhecidos como meninges. Antes, os cientistas acreditavam que sua única função era proteger o sistema nervoso central e eliminar resíduos, e a presença de T-regs nessas estruturas só foi descoberta nos últimos anos.

Com o estudo, os pesquisadores mostraram que o sistema imunológico utiliza as meninges para se comunicar com neurônios distantes, responsáveis por detectar sensações na pele.

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O mecanismo funciona assim: um neurônio próximo à pele percebe um estímulo potencialmente doloroso. A ameaça gera um sinal que é enviado para a medula espinhal. Nesse percurso, os cientistas descobriram uma alta concentração de T-regs na região inferior da medula.

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Para entender o papel dessas células, os pesquisadores as desativaram. Como resultado, as fêmeas de camundongo se tornaram mais sensíveis à dor, enquanto os machos permaneceram inalterados. Segundo os autores, isso indica que as fêmeas dependem das T-regs para controlar a dor.

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Assim, a equipe de Midavaine revelou uma nova relação entre essas células e os hormônios femininos: o estrogênio e a progesterona estimulam as T-regs a produzir encefalina, um neurotransmissor analgésico semelhante à morfina.

Os cientistas ainda não sabem como esses hormônios produzem os efeitos semelhantes aos de opioides – esses são passos futuros para o estudo. A curto prazo, os pesquisadores querem desenvolver a possibilidade de reproduzir T-regs em laboratórios para produzir encefalina de forma constante em homens e mulheres. 

Mesmo assim, a descoberta de que as respostas à dores dependem do sexo, abrem novos caminhos para terapias, como a escolha e dose certas de medicamentos. Além disso, abre portas para novos caminhos para estudos sobre tratamentos dessas condições, como o de enxaquecas, antipsicóticos e inibidores da recaptação da serotonina (essas terapias costumam funcionar melhor em mulheres).

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