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Explosão rara de estrela anã vai poder ser vista até setembro

Explosão termonuclear foi vista pela primeira vez em 1217, e ocorre a cada 80 anos. Fenômeno só será visível a olho nu do hemisfério norte

Por Eduardo Lima
8 jul 2024, 18h00

A última vez que isso aconteceu foi 78 anos atrás, em 1946. Agora, os terráqueos poderão ver de novo o evento raro que é uma explosão termonuclear numa estrela a três mil anos-luz de distância. A luz do fenômeno está viajando há milhares de anos para finalmente chegar a nós, entre agora mesmo e setembro.

T Coronae Borealis é o sistema estelar que gosta de aparecer a cada 80 anos no céu. Para nós no hemisfério sul, a explosão vai deixar a T CrB, como também é conhecida, com um brilho parecido ao da estrela Saiph, o pé direito da constelação de Órion.

Essas explosões termonucleares recorrentes na superfície de T CrB são chamadas de “novas”. O sistema estelar é composto de uma anã branca, núcleo estelar extremamente denso, com a massa do Sol e o tamanho da Terra, que puxa gás de sua vizinha, uma gigante vermelha, que tem massa baixa, mas é inflada. O acúmulo de hidrogênio e pressão na superfície da anã branca causa a explosão, que a deixa mais brilhante que o normal, sendo visível a olho nu do nosso planeta.

Evento conhecido desde 1217

A constelação Corona Borealis está sendo constantemente monitorada por astrônomos para enxergar o renascimento da estrela. Infelizmente para nós, brasileiros, a nova só estará visível a olho nu no hemisfério norte. Para eles, vai ser como se uma nova estrela nascesse no céu noturno e tivesse uma expectativa de vida de uma semana.

A força gravitacional da anã branca é o que puxa o gás para si. É um sistema previsível, onde as explosões continuam se repetindo e aparecendo para nós a cada 80 anos. A nova que ocorre na T Coronae Borealis é bem diferente de uma supernova, a explosão que marca o fim da vida de uma estrela e, naturalmente, só acontece uma vez.

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A primeira vez que a T CrB foi vista e documentada foi em 1217, por um padre em Ursberg, no sul da Alemanha. “Uma estrela fraca que, por um tempo, brilhou com grande luz”, escreveu o abade na época.

Os cientistas perceberam que estavam chegando perto de outra explosão porque, cerca de dez anos antes do fenômeno, o sistema estelar começa a ficar um pouco mais brilhante. Nos meses anteriores ao fenômeno, o brilho da estrela fica mais fraco.

Eventos nova normalmente ocorrem a distâncias muito maiores da Terra. Agora, com muitos novos telescópios que não tínhamos em 1946, vamos conseguir entender melhor o fenômeno, examinando T CrB no pequeno período que ela estará visível para nós – e que pode começar a qualquer momento.

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