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Formigas invadem covil de aranhas para salvar irmãs capturadas

Pode parecer instinto fraternal, mas é bem maior que isso: é pela sobrevivência de toda a colônia.

Por Ingrid Luisa
7 jun 2019, 18h53

Formigueiros são famílias com milhões de parentes, todos vivendo na mesma casa. São colônias complexas, que formam um dos maiores exemplos de trabalho em grupo dentro do mundo animal. Neles, cada indivíduo possui funções hierarquizadas específicas e essenciais para que tudo funcione nos trinques.

Essa organização toda é bem clara para elas, mas pode passar despercebida para nós. Diante de milhões de formiguinhas aparentemente iguais, poderíamos pensar que uma a mais ou um a menos nem faria diferença. Mas uma nova descoberta científica prova que não é nada disso.

Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona averiguaram que, pelo menos para as formigas da espécie, Verumessor pergandei, todas as companheiras são individualmente indispensáveis — já que elas são capazes de invadir uma teia de aranha para salvar umas às outras!

Voltando ao início da história, para explicar melhor a “ousadia” delas: as formigas Verumessor pergandei, dentre as mais comuns nos desertos Mojave e Sonora, no sudoeste dos Estados Unidos, geralmente saem do formigueiro uma única vez por dia para coletar sementes.

Quando uma delas acaba caindo em uma armadilha e sendo capturada por uma aranha, a formiga presa consegue liberar um alarme químico sinalizando que está em apuros para suas irmãs da colônia. Seguindo esse sinal, algumas de suas companheiras vão até o local para resgatá-la.

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Para ver como isso acontece de perto, os pesquisadores monitoraram a resposta das formigas. E as salvadoras não poupam esforços: elas chegam a arrebentar a teia de aranha para libertar a colega em apuros. Em testes de laboratório, os insetos precisavam de 30 minutos a 2 horas para demolir uma única teia.

Detalhe: quando voltam para o formigueiro, elas ainda cuidam da ex-prisioneira, limpando e tirando todo o resto de teia que havia no corpo dela.

Acontece que os autores da descoberta, no inicio, tiveram a mesma sensação leiga que nós: por que os indivíduos dessa espécie se esforçam tanto para salvar trabalhadoras aparentemente descartáveis? Simples: porque elas garantem a sobrevivência a longo prazo das colônias.

Segundo o estudo, as sementes transportadas pelas formigas que acabam se emaranhando em teias não detectadas poder custar às colônias 65.000 sementes por ano. Este é um preço alto a pagar, porque as colônias precisam reunir recursos suficientes para criar 600 novas irmãs por dia. Ou seja: todas são realmente essenciais – e fazem tanto altruísmo valer a pena.

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