Físicos da Universidade do Estado de Nova York conseguiram aprisionar pela primeira vez um punhado de átomos de uma das substâncias mais raras da Terra, o frâncio. Em todo o planeta existem no máximo 30 gramas desse elemento químico, nas jazidas de urânio. É que o frâncio nasce de outros elementos radioativos que, por serem muito pesados, são instáveis e estão sempre virando elementos mais leves. O frâncio também está sempre se desmanchando. Do seu surgimento até seu decaimento, um átomo de frâncio existe por apenas 20 minutos. Para estudar essas espécies raras, a equipe liderada pelo professor Luiz Orozco usou o acelerador de partículas de Stony Brook para criar um milhão de átomos por segundo e prender 10 000 deles numa armadilha. “Agora podemos medir com precisão as forças que mantêm os elétrons do frâncio girando em torno do núcleo”, disse Orozco à SUPER. São duas as forças que seguram os elétrons num átomo. A principal delas é a força eletromagnética, que tem a ver com as cargas positiva e negativa dos elétrons e prótons. A outra é a força nuclear fraca. “Justamente por ser muito fraca, é difícil medi-la”, explica Orozco. “Daí a vantagem do frâncio, cujoátomos têm uma estrutura muito simples”.