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Grupos de ursos polares podem ser extintos até 2100, alertam cientistas

Os 25 mil ursos que existem hoje vivem divididos em 19 subpopulações. E a maioria delas, graças ao degelo do Ártico, que compromete hábitos de caça, poderá morrer de fome.

Por Carolina Fioratti
21 jul 2020, 19h37
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  •  (Delta Images/Getty Images)

    Existem hoje, no mundo, cerca de 25 mil ursos polares, divididos em 19 subpopulações, que são encontradas no Alasca, Sibéria, Canadá, Groenlândia e no arquipélago Svalbard. Mas até o final do século, esse cenário pode mudar drasticamente. É o que mostra um estudo publicado na revista científica Nature Climate Change, que projeta a extinção da maior parte delas até o ano de 2100 devido às mudanças climáticas.

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    Para entender a extinção desses animais, é preciso compreender alguns de seus hábitos: os ursos polares habitam, principalmente, regiões de água congelada. Ali, eles ficam esperando próximos aos buracos no gelo para caçar focas e realizar seus banquetes. 

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    Em algumas áreas, esse gelo se mantém estável durante todo o ano, mas em outras regiões, pode derreter nas estações mais quentes, obrigando os animais a voltarem para terra firme. Em condições normais, isso não seria um grande problema, já que os ursos polares conseguem manter um longo período de jejum caso tenham tido uma boa temporada de caça e estejam, digamos assim, abastecidos. 

    Porém, com a temperatura aumentando no Ártico, esse gelo está derretendo, o que compromete a busca por alimento também em outras épocas do ano. Além disso, com o prolongamento desse jejum, as fêmeas enfrentam um problema ainda maior referente aos seus filhotes.

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    “O que mostramos é que, primeiro, perderemos a sobrevivência dos filhotes. Eles nascerão, mas as fêmeas não terão gordura corporal suficiente para produzir leite e carregá-los durante a estação sem gelo”, explicou à BBC Steven Amstrup, cientista-chefe da Polar Bears International, que está envolvida na pesquisa.

    No estudo, foram analisadas 13 subpopulações. Os cientistas calcularam a quantidade de energia (leia-se: alimento) que os ursos necessitavam durante o jejum, e então combinaram isso às projeções de modelo climático até o fim do século. A conclusão foi que, em quase todos os grupos, o tempo de jejum devido ao degelo excederia a quantidade de energia disponível. Ou seja: nesse cenário, os animais vão passar fome. 

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    Além disso, a pesquisa mostra que, mesmo que daqui 20 anos as emissões de gases do efeito estufa comecem a cair, o (triste) destino de parte desses ursos polares não mudaria. Não foram feitas projeções com uma possível queda abrupta das emissões. 

    De acordo com o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo, nas últimas décadas, a extensão de gelo ártico no verão diminuiu, a cada dez anos, cerca de 13% em comparação com as médias descritas entre 1981 e 2010. 

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    Alguns negacionistas alegam que, no passado, os ursos polares sobreviveram a períodos mais quentes. O Instituto Cato, grupo libertário norte-americano, chegou a defender em 2016 que esses animais teriam passado ilesos pelo fim da última era glacial, que ocorreu entre 6 e 9 mil anos atrás, por exemplo.

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    Os pesquisadores, contudo, explicaram ao The New York Times que, na época, havia outras fontes de alimentos, como as baleias, que não estão disponíveis hoje. Os ursos polares estão na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) de animais vulneráveis à extinção desde 1982. 

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