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Incêndios florestais fizeram do Canadá o 4º maior emissor de CO2 em 2023

Estudo aponta que as queimadas ocuparam uma área sete vezes maior do que a média – e que esse problema pode estar apenas começando.

Por Bela Lobato
28 ago 2024, 12h00
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  • Incêndios em montanha no Canadá.
     (Anadolu / Getty Images/Reprodução)

    No ano de 2023, o Canadá viu queimar 15 milhões de hectares de florestas. Foram 150 mil quilômetros quadrados incendiados: 4% da área do país – e uma área equivalente ao estado do Ceará. 

    Incêndios florestais são comuns por lá – mas, naquele ano, a área queimada foi sete vezes maior que a média histórica. A fumaça se espalhou por cidades de todo o Canadá e dos EUA também. Mais de 230 mil pessoas tiveram que evacuar suas casas.

    Agora, um estudo publicado na revista Nature calcula o impacto das queimadas que ocorreram entre maio e setembro do ano passado nas emissões de carbono do país. O artigo estima que os incêndios liberaram 647 teragramas de carbono. É o equivalente a 647 milhões de toneladas. As médias da última década, para comparar, variaram entre 29 e 121 teragramas.

    Segundo a organização não governamental World Resources Institute, 27% das árvores perdidas em todo o mundo em 2023 eram canadenses. Na prática, os incêndios fizeram do Canadá o 4º maior emissor de carbono com base em combustíveis fósseis de 2023, atrás apenas de China, Índia e EUA. 

    (Desconsiderando as queimadas, o Canadá é o décimo maior emissor de carbono, atrás de países como Indonésia e Coreia do Sul.)

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    Uma diferença da temporada de 2023 foi a expansão territorial. Pela primeira vez, houve incêndios em todo o país.  Segundo o governo canadense, só no mês de junho, por exemplo, mais terras foram queimadas no sul da província de Quebec do que nos 20 anos anteriores juntos.

    A pesquisa sugere que o clima quente e seco foi um dos principais impulsionadores da atividade de incêndios e observam que 2023 foi o ano mais quente e seco registrado desde 1980.

    O começo do problema?

    O Canadá tem 362 milhões de hectares de florestas, que funcionam como sumidouros de carbono: em geral, elas absorvem muito mais do que emitem. Como não houve uma mudança permanente no uso da terra, a maior parte do carbono emitido pelos incêndios florestais poderá ser recuperada ao longo do tempo, conforme as árvores cresçam novamente. 

    Mas, mesmo que o Canadá consiga controlar e reduzir moderadamente as emissões de gases poluentes, outros fatores manterão as temperaturas altas. 

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    “Embora as temperaturas tenham sido extremas em relação ao registro histórico, as projeções climáticas indicam que essas temperaturas provavelmente serão típicas durante a década de 2050, mesmo em um cenário de mitigação climática moderada”, escrevem os autores. 

    Isso pode se tornar um problema não apenas para os canadenses, que vão precisar trocar os agasalhos por roupas mais curtas. A própria capacidade de absorção de carbono pode ser comprometida.

    “É provável que essas condições levem ao aumento da atividade de queimadas e suprimam a absorção de carbono pelas florestas canadenses, aumentando as preocupações sobre a durabilidade de longo prazo dessas florestas como um sumidouro.”

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