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Injeção de células geneticamente modificadas cura câncer em bebê

Uma criança inglesa de 1 ano de idade foi a primeira pessoa do mundo a receber o tratamento

Por Ana Luísa Fernandes
Atualizado em 31 out 2016, 19h00 - Publicado em 9 nov 2015, 14h30

Com apenas 14 semanas de idade, Layla Richards foi diagnosticada com um caso severo de leucemia, tipo de câncer que ataca os glóbulos brancos produzidos pela medula óssea. Depois de passar por quimioterapia e transplante de medula, os pais da menina receberam a notícia que ela estava em estado terminal, e que a melhor decisão seria partir para os cuidados paliativos. Eles decidiram insistir, e conseguiram uma autorização especial para experimentar um tratamento que só havia sido testado em ratos.

O procedimento consiste em inserir novos genes em linfócitos T, células de defesa do organismo, responsáveis por atacar infecções e anomalias. Os linfócitos são provenientes de doadores saudáveis, e são geneticamente alterados em laboratório para se comportarem de modo não natural. Dentro do núcleo celular, os novos genes agem de dois modos: primeiro, fazem com que os linfócitos fiquem imunes às drogas quimioterápicas, que normalmente os destroem. Os genes também reprogramam os linfócitos para que eles ataquem especificamente as células cancerosas. Até agora, dois meses depois, Layla continua livre da doença. Para ter certeza que o tratamento funcionou de forma definitiva é preciso esperar mais um ou dois anos.

O diretor do hospital em que Layla estava, Paul Veys, disse: “Como essa é a primeira vez que o tratamento foi testado em humanos, nós não sabíamos se ou quando ele funcionaria, ou se nós fomos precipitados ao utilizá-lo. A leucemia dela era tão agressiva que tal resposta é quase um milagre”. Atualmente, um outro paciente está recebendo o mesmo tratamento que salvou a vida da criança.

Segundo o professor Waseem Qasim, que também trabalhou no caso, “Esse é um marco no uso da nova tecnologia de engenharia genética, e os efeitos para essa criança foram incríveis. Se replicados, os resultados podem representar um grande avanço no tratamento da leucemia e outros cânceres”.

 
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