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Machucados feitos durante o dia saram mais rápido

Comparados com ferimentos que acontecem à noite, eles cicatrizam em 60% menos tempo

Por Guilherme Eler
13 nov 2017, 16h55

Ninguém costuma agendar horário para deixar a faca escapar no mindinho ou abrir um buraco com a gilete no pescoço. Porém, se a ciência pudesse dar uma dica aos mais distraídos, seria a de passar longe de objetos cortantes depois que o Sol se põe. Um estudo publicado na revista Science mostrou que, além da gravidade do machucado, o momento que ele acontece também pode interferir no tempo de recuperação. Feridas feitas durante o dia, por exemplo, saram 60% mais rápido que as noturnas, em média.

Antibióticos e curativos até costumam dar um alívio para esse tipo de lesão. Porém, para que tudo volte ao normal, só mesmo com a inevitável ação do tempo. Não há muito como acelerar as coisas: quem se machuca precisa esperar o corpo colocar suas defesas em campo e formar a famosa “casquinha” na região.

Acontece que certos genes, que vivem em células da pele ligadas ao processo de cicatrização – chamadas fibroblastos –, obedecem ciclos bem definidos de dia e noite. É mais ou menos como acontece com seu expediente aí na firma: até as 18h, você desempenha sua função a todo vapor. Depois de bater o ponto, ainda é possível resolver certas pendências, mas com velocidade menor que a habitual. Assim, é normal que, no período “comercial”, sua ação seja mais rápida.

A função desses genes é controlar a produção de actina, proteína responsável por fazer os fibroblastos se moverem até as áreas em que seu trabalho é necessário. Feito isso, eles avisam as células da pele, que podem finalizar a tarefa de cobrir a ferida novamente. No estudo, foram identificados 30 genes, todos fãs de uma vida mais diurna. Essa opção por acordar com as galinhas faz com que, de dia, duas vezes mais fibroblastos se movam até a região machucada.

Os cientistas comprovaram o efeito prático dessa preferência analisando dados sobre queimaduras, cedidos pela Universidade de Manchester, na Inglaterra. Os resultados mostraram que as feridas diurnas demoraram 17 dias para se recuperar, em média – número que foi de 28 dias para as lesões feitas à noite. A diferença representa uma melhora 60% mais rápida.

Segundo os autores, os resultados se explicam pelo ritmo biológico dos mamíferos. É graças ao chamado relógio circadiano – aquele, decifrado pelos vencedores do Nobel de Medicina de 2017 – que separamos a noite como nosso período de descanso. “Dá para notar perfeitamente: quando uma célula é lesionada com apenas 8 horas de diferença em relação a outra, que está em uma fase distinta do ritmo circadiano, a diurna se recupera em um ritmo rápido, enquanto a outra atrasa mais esse processo”, explicou John O’Neil, que liderou o estudo, em entrevista à Science.

Faz todo o sentido: enquanto estamos acordados, temos mais chance de sofrer com algum percalço desse tipo. É essencial, assim, que nosso corpo esteja a postos para resolver qualquer urgência – inclusive, trabalhar para que seu band-aid possa ir embora o mais rápido possível.

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