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Maior buraco na camada de ozônio já visto sobre o Ártico se fechou

Ele ficou aberto durante um mês e surgiu devido a um vórtice polar. Entenda.

Por Carolina Fioratti
29 abr 2020, 17h57

Há nove anos que um buraco na camada de ozônio de grandes proporções não surgia sobre o Ártico. Mas, no final de março, ele não só reapareceu como também estava no maior tamanho já visto, com quase um milhão de quilômetros quadrados. Por sorte, de acordo com pesquisadores do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) da União Europeia, esse gigante do tamanho de três Groenlândias acabou de se fechar naturalmente. 

A camada de ozônio serve como barreira para os raios ultravioletas, provenientes do Sol. Esses raios são associados a problemas graves de saúde, como o câncer de pele e problemas de visão, por isso a exposição direta a eles é tão perigosa. A destruição dessa camada protetora geralmente está relacionada com a poluição emitida por nós, seres humanos – mas nesse caso, o fenômeno que ocorreu no Ártico foi um pouco diferente. 

A abertura foi causada por um grande redemoinho de ventos com temperaturas extremamente baixas chamado vórtice polar. Quando isso ocorre, várias nuvens de alta altitude são formadas na região. Elas acabam se misturando com poluentes artificiais, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), e corroem o gás ozônio que nos protege.

Apesar de os CFCs terem sido proibidos no Protocolo de Montreal em 1987, os países desenvolvidos tinham o limite de bani-los totalmente até 1996, enquanto os países em desenvolvimento estavam com o prazo para 2010. No Brasil, isso só ocorreu em 2007. Além disso, nem todos respeitaram as regras. Em 2018, foi divulgado em relatório feito pela Environmental Investigation Agency que a China ainda usava CFCs em algumas de suas fábricas de forma ilegal. Os CFCs são compostos muito estáveis e que demoram anos para se decompor. Por esse motivo, ainda há resquícios dessa substância proibida na atmosfera.

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Mas, como já era previsto pelos pesquisadores, o buraco se fechou sozinho após um mês. Isso porque o vórtice se dividiu, abrindo caminho para o ar rico em ozônio se restabelecer sobre o Polo Norte. No gif publicado pela CAMS em seu twitter, é possível entender melhor o movimento seguido pelo redemoinho. 

A Agência Espacial Europeia (ESA) relatou que esse tipo de evento é raro no Polo Norte, porque a região não tem as condições de temperatura adequadas para isso, em torno de 80 ºC negativos. O Polo Norte é mais quente que o Polo Sul pois se encontra no nível do mar, e o oceano funciona como um reservatório de calor. Enquanto isso, o Polo Sul está 2.800 metros acima do nível do mar, e quanto maior a altitude, menor a temperatura.

O vórtice é um fenômeno anual no Polo Sul e ocorre durante o outono (de março a junho). Lá, o buraco na camada de ozônio pode atingir 25 milhões de quilômetros quadrados e durar os três meses que percorrem a estação. Mas, de acordo com uma avaliação feita pela Organização Meteorológica Mundial, esse buraco pode estar diminuindo. Eles registraram as mudanças ocorridas desde a década de 2000 e constataram uma diminuição de 1% a 3% para cada década passada. Fatores como a proibição dos CFCs podem justificar a hipótese.

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