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Maior iceberg do mundo voltou a ficar à deriva após décadas encalhado

Depois de meses preso em um vórtice de água, o A23a finalmente retoma sua viagem em direção ao Oceano Atlântico.

Por Manuela Mourão
17 dez 2024, 14h00

Para o terror de todos os Titanics do mar: o maior iceberg do mundo voltou a circular pelas águas. Esse ano, o A23a – nome escolhido para a montanha de gelo – se encontrou preso em um redemoinho oceanico, mas finalmente conseguiu escapar de uma vida espiral. 

Só por receber o título de maior iceberg da atualidade, dá para entender que esse gigante não é pouca coisa: ele possui impressionantes 3.800 km quadrados, espessura de 400 metros e pesa quase 1 trilhão de toneladas. Para colocar em perspectiva, o viajante marinho é cerca de trinta vezes maior que o Pentágono dos Estados Unidos. 

Mas o título de número 1 não é recente. O A23a se desprendeu da Antártica em 1986 e desde então seu tamanho só deu dores de cabeça. Primeiro, logo que conquistou sua independência, ficou encalhado próximo a costa, acontece que sua base se prendeu no fundo do Mar de Weddell, e por lá ficou por mais de 30 anos.

Desde 2020 o iceberg vem seguindo novo percurso, se deslocando ao norte, mas este ano encontrou um segundo desafio: se deparou com um vórtice de água, perto das Ilhas Órcades, onde ficou preso pelo fenômeno – chamado Colunas de Taylor, o grande redemoinho é causado por correntes oceânicas atingindo uma montanha subaquática – até a última sexta-feira (13), de acordo com a British Antarctic Survey (BAS).

Mesmo com o delay em seus planos, o A23a parece continuar a jornada em direção ao norte. Em comunicado, a BAS explica que “ele continuará a sua viagem para o Oceano Antártico seguindo a Corrente Circumpolar Antártica, o que provavelmente o levará em direção à ilha subantártica da Geórgia do Sul.” 

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É por lá que o iceberg encontrará águas mais quentes, na mudança entre Oceano Ártico e Oceano Atlântico, e deverá se dividir em pedaços menores até se derreter. 

Andrew Meijers, oceanógrafo da BAS, comenta que “é empolgante observar o A23a retomando seu movimento após longos períodos de inatividade.”

Além disso, observa que por mais que o caminho previsto provavelmente acontecerá, ainda existe uma possibilidade de mudança ou surpresa para o futuro. “Estamos curiosos para saber se ele seguirá uma rota semelhante à de outros grandes icebergs que se desprenderam da Antártica.”

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Por agora, a equipe examina os ecossistemas afetados com a passagem de icebergs. Os cientistas analisam desde sua erosão, como o impacto do gelo marinho nos ciclos oceânicos globais de carbono e os nutrientes transportados pelas plataformas. 

Laura Taylor, biogeoquímica que participou do no cruzeiro BIOPOLE, um projeto que buscou analisar o A23a, explica que “icebergs gigantes podem fornecer nutrientes às águas por onde passam, criando ecossistemas prósperos em áreas menos produtivas”.

Mesmo assim, pouco se sabe sobre essas mudanças. “Não sabemos é que diferença os icebergs particulares, sua escala, e suas origens podem fazer a esse processo.

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“Nós coletamos amostras de águas superficiais do oceano atrás, imediatamente ao lado e à frente da rota do iceberg. Eles devem nos ajudar a determinar qual tipo de vida pode se formar em torno de A23a e como isso impacta o carbono no oceano e seu equilíbrio com a atmosfera”, completa Taylor no comunicado.

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