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Missão PLATO partirá em busca de planetas habitáveis em 2026

Esse satélite, que fará companhia ao James Webb, estudará planetas que orbitam estrelas em outros sistemas atrás de astros similares à Terra.

Por Manuela Mourão
29 set 2024, 19h00

A Agência Espacial Europeia (ESA) se prepara para lançar, em dezembro de 2026, o satélite PLATO (Planetary Transits and Oscillations of Stars, em português, “trânsistos planetários e oscilações de estrelas), uma missão com o objetivo de identificar exoplanetas semelhantes à Terra.

O satélite ficará posicionado a 1,5 milhão de km do nosso planeta, de onde poderá monitorar as vizinhanças de aproximadamente 200 mil estrelas localizadas a até mil anos-luz de distância.

Desde a descoberta do primeiro exoplaneta em 1995, o mapeamento desses astros avançou rápido: já identificamos 5,7 mil planetas fora do nosso Sistema Solar.

No entanto, ainda há muito (praticamente tudo) a aprender sobre esses corpos celestes. Com a missão, espera-se obter informações cruciais sobre o tamanho, a massa e a idade desses exoplanetas, parâmetros essenciais para saber se seria possível, em princípio, habitá-los.

No espaço, PLATO vai ficar no ponto Lagrange-2, um local no espaço aberto onde outros telescópios já funcionam como o James Webb, que capta radiação infravermelha.

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O Lagrange-2, embora pareça um naco perfeitamente comum de espaço aberto, tem uma propriedade especial: ali, as gravidades do Sol e da Terra se equilibram, o que confere uma grande estabilidade e previsibilidade à órbita das coisas deixadas ali.

O PLATO usará 26 câmeras de alta sensibilidade, capazes de detectar pequenas variações na luminosidade das estrelas, que indicam a passagem de um planeta em frente a elas — um fenômeno conhecido simplesmente como trânsito (daí a sigla ter essa palavra).

Catherine Vogel, da Thales Alenia Space, explica ao G1 a complexidade do trabalho: “É como apontar um laser para um grão de areia a um quilômetro de distância, sem se mover.” 

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Com a observação contínua por dois anos, PLATO permitirá que os cientistas analisem exoplanetas em potencial que orbitam suas estrelas em uma região habitável, onde a água líquida pode existir, condição fundamental para a vida como a conhecemos.

A missão terá uma duração inicial de quatro anos e será um passo crucial para responder perguntas fundamentais da astrobiologia: como os planetas e sistemas planetários se formam e evoluem? Existe um Sistema Solar similar ao nosso? E, o mais importante, há mesmo planetas potencialmente habitáveis por aí?

PLATO não apenas vai contribuir para a busca por vida extraterrestre, mas também vai gerar uma base de dados sem precedentes sobre sistemas planetários que será valiosa para gerações de cientistas. 

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As descobertas da missão serão complementadas pela futura missão Ariel, que tem previsão de lançamento em 2029, que se concentrará no estudo das atmosferas dos exoplanetas, ampliando ainda mais o entendimento sobre esses mundos distantes.

Isso significa que poderemos morar em outro planeta?

Por mais que a ciência já flerte constantemente com as ficções científicas, a mudança para um outro planeta que orbite outra estrela que não o Sol ainda é improvável. Ambientes hostis, como a radiação intensa e as temperaturas extremas de Marte, tornam a sobrevivência sem proteção quase impossível. Além disso, a falta de uma atmosfera respirável complica ainda mais a possibilidade de colonização.

E mesmo que essas condições fossem possíveis, não é só fazer as malas e ir. Para que isso se torne viável, seriam necessários sistemas de suporte à vida, que garantissem a produção de oxigênio e água, além de habitações seguras que protegessem os colonos das condições extremas.

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A tecnologia também precisaria avançar para garantir autossuficiência, com infraestruturas que possibilitem o transporte e a comunicação em um ambiente isolado. Por fim, há o desafio mais trivial de chegar a esses destinos: uma viagem para qualquer um desses planetas, com a tecnologia atual, levaria bem mais do que uma vida humana.

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