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Monstro do Lago Ness pode ter sido uma enguia gigante, diz estudo

Pesquisadores analisaram o DNA presente no lago para verificar a existência da criatura — mas não encontraram nada de monstruoso.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 12 mar 2024, 15h22 - Publicado em 9 set 2019, 18h04

Sua – suposta – primeira aparição aconteceu em 565, no lago Ness, que fica na Escócia. E a primeira “foto” atribuída à criatura foi feita em 1934. Desde então, dezenas de pesquisas e investigações foram conduzidas para responder a seguinte pergunta: o quê, afinal, foi o Monstro do Lago Ness?

Diferentemente do que o imaginário popular alimenta há séculos, ele está mais pra uma enguia gigante do que para um monstro propriamente dito. Foi o que descobriu um estudo feito pela Universidade de Otago, na Nova Zelândia.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores analisaram a água do lago na Escócia onde o bichão costumava, segundo relatos, dar as caras. A ideia era procurar o DNA de qualquer animal que se assemelhasse à criatura descrita ao longo dos anos.

A equipe coletou 250 amostras de água de áreas diferentes do lago, desde a superfície até as profundezas. Foram detectadas 3 mil espécies diferentes de seres vivos que interagiram com o lago nas 48 horas anteriores à coleta. Entre elas havia porcos, cervos e até humanos – mas nenhum material genético que guardasse resquícios de monstruosidade. O que os cientistas procuravam, no entanto, era algo diferente, grande o suficiente para justificar as aparições.

Uma das teorias mais populares é que a criatura seria uma espécie de réptil remanescente do período jurássico — em outras palavras, um dinossauro. A análise de DNA também colocou essa teoria por água abaixo. Os cientistas não acharam nenhum resquício de espécie que poderia se assemelhar a um dino.

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A teoria do professor Neil Gemmel, que liderou o estudo, é que as enguias do lago podem ter crescido até tamanhos extremos, e essa seria a explicação mais plausível para o fenômeno. O DNA de enguias foi o mais abundante da pesquisa. Ele estava presente em quase todas as 250 amostras de água. Segundo o pesquisador, eles podem representar duas coisas: a existência de várias enguias pequenas ou de uma enguia gigante.

A primeira hipótese ainda é muito mais provável, já que não há registros de nenhuma enguia gigante na história. Longe disso: maior enguia já capturada na Europa tem pouco mais de 5 quilos, e não chega nem perto do tamanho amedrontador do Monstro do Lago Ness, estimado em 8 metros.

Outras pesquisas já foram dedicadas a achar o bicho. Em 2003, a BBC financiou uma busca de grande escala usando 600 sonares pelo Lago Ness — que acabou não dando em nada. Até agora nenhuma evidência científica foi capaz de provar a existência do monstro.

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Apesar de não encontrar a criatura mitológica, o estudo não foi em vão. Ele fornece uma visão mais ampla da biodiversidade presente dentro e fora do lago. Segundo Gemmel, esse tipo de análise de DNA pode ser útil para o estudo ambiental a nível regional.

Com ou sem monstro, o Lago Ness se tornou um ponto turístico imperdível na região. Os visitantes reportam aparições da criatura até hoje, que podem ser registradas no site oficial de aparições do Monstro do Lago Ness. Segundo o site, o “monstro” já foi visto 14 vezes só este ano.

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