Plutão é o último dos nove planetas do sistema solar. Depois dele, poderia muito bem vir o espaço vazio entre as estrelas. Mas a pesquisadora Jane Luu, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, em Cambridge, Estados Unidos, descobriu, naquele fim – de – mundo, um mar de grandes asteróides: são cerca de 35 000 corpos medindo entre 100 e 400 quilômetros de diâmetro. Os astrônomos já desconfiavam da existência desse anel de mundos de gelo – chamado cinturão de Kuiper -, mas ninguém suspeitava que fossem tantos, nem tão grandes. Só para comparar, o já conhecido cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter tem, no máximo, 600 corpos desse tamanho (veja infográfico abaixo). Jane Luu e seu colega Dave Lewitt estudam essa região do céu desde 1987. Por fax, ela explicou à SUPER a importância de sua descoberta. Veja aqui o que a astrônoma disse:
“Acreditamos que seja de lá que saem os chamados cometas de curto período – que demoram menos de 200 anos para completar uma volta em torno do Sol. Até hoje, só se sabia de onde vê os cometas de longo período: da grande nuvem de Oort, fora do sistema solar”. “É possível que Plutão – o menor planeta do sistema solar, com 2 000 quilômetros de diâmetro – seja o maior asteróide desse grupo, capturado para uma órbita mais próxima do Sol. Ainda não achamos nenhum outro tão grande quanto um planeta. Mas pode ser que existam outros ‘plutões’, a grande distância.”
“Achamos também que os asteróides são primordiais: continuam como foram criados, há 5 bilhões de anos. Por isso, eles devem carregar informações importantes sobre a formação dos planetas.”