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Nasa já sabe qual vai ser a 1ª profissão em Marte: pedreiro

Desde já, especialistas estão aprendendo a usar materiais próprios do Planeta Vermelho para construir estruturas humanas.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 15h08 - Publicado em 11 Maio 2017, 17h47

Se você chegasse a uma ilha deserta, o que faria para sobreviver? Criar um abrigo provavelmente estaria entre as suas prioridades. Esse pensamento também se aplica aos pesquisadores da Nasa, que estão estudando as condições para a primeira missão tripulada à Marte.

A viagem é longa e não dá para levar muita coisa. A conclusão da agência, portanto, é que as primeiras pessoas a criar instalações em Marte vão ter que aprender a construir com o próprio material disponível por lá.

Mas não adianta mandar pedreiros para Marte se não sabemos se o solo do planeta serve para alguma coisa. E é isso que a Nasa investiga atualmente.

Em um estudo recém-publicado, pesquisadores usaram um material tão parecido com a composição química da superfície de Marte que tem o nome de Mars-1a. Uma areia de cristaizinhos minúsculos, ele é rico em nanopartículas de óxido de ferro.

O Mars-1a já existe há um tempo, mas os cientistas precisavam fazer malabarismos para transformar aquela areia em tijolos. Um número enorme de reagentes químicos, polímeros e calor era necessário para “dar liga” na gororoba. Pouco prático para os pedreiros recém-chegados a Marte.

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Tijolos feitos com solo de Marte podem ser mais fortes que concreto armado
(BRIAN J. CHOW AND YU QIAO/Divulgação)

A grande descoberta dos pesquisadores foi que, afinal, não era necessário misturar o solo marciano com nenhum ingrediente. Só apertá-lo.

Os cientistas compactaram o material a condições de alta pressão, só para ver o que acontecia. Resultado: uma rocha mais resistente que concreto armado. Com a compreensão, as partículas de óxido de ferro serviam como agente de ligação no material, que poderia ser moldado no formato de tijolos.

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Mas quanta força é necessária? Para alguns milímetros de volume, basta o equivalente a uma martelada. O próximo passo é fazer o mesmo com quantidades maiores de solo.

A grande dúvida, porém, não é se conseguiríamos transportar a tecnologia de compressão à Marte. Isso é possível, mas a Nasa precisa estar convencida de que vale a pena.

Para isso, precisamos saber se o solo marciano reagiria da mesma forma que a simulação que fizemos na Terra. E isso só vai ser possível quando trouxermos diferentes amostras dele para testes por aqui.

Mas se você tem interesse em ser pedreiro espacial, não perca as esperanças: o próprio autor da pesquisa já anunciou que estaria mais que satisfeito em ser o oleiro oficial do Planeta Vermelho.

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