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Nova Zelândia vai exterminar TODOS os seus ratos – em nome do meio ambiente

Se tudo correr como planeja o governo do país, até 2050 não vai sobrar um roedor para contar a história.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 4 nov 2016, 19h16 - Publicado em 27 jul 2016, 19h45

Se você tem pavor de ratos, pode planejar a mudança para a Nova Zelândia. O país vai exterminar todos os seus roedores até 2050. Pode parecer uma mudança radical, mas é uma tentativa de salvar o ecossistema das ilhas.

Um fato relativamente desconhecido sobre a Nova Zelândia é que não existem mamíferos terrestres nativos nas ilhas, com exceção de morcegos. O país tem uma rica fauna de aves, insetos e peixes – e até mamíferos aquáticos, como baleias e focas. Mas na terra firme simplesmente não existem mamíferos verdadeiramente neozelandeses há 19 milhões de anos.

Isso significa que todos os animais dessa classe que existem no país foram trazidos de outros lugares do mundo – o que começou em 1.300, com a conquista das Nova Zelândia pelos maoris da polinésia.

Os conquistadores trouxeram nos seus barcos uma série de bichinhos peludos nunca antes vistos naquelas terras – e que passaram os últimos 700 anos competindo por recursos com os antigos “donos” da região.

Os roedores estão entre as maiores preocupações ecológicas da Nova Zelândia. Eles disputam comida e habitats com os pássaros nativos, se alimentam dos seus ovos e filhotes e atacam os adultos. A ave que é símbolo nacional do país, o kiwi, não voa. Por isso, é alvo fácil dos dentuços e a espécie está seriamente ameaçada.

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O país decidiu então investir NZ$ 28 milhões (quase R$ 65 milhões) e abrir a empresa Nova Zelândia Sem Predadores para exterminar os invasores até 2050. O dinheiro vai ser somado à verba de controle de pragas (cerca de NZ$ 50 milhões ou R$ 115 milhões por ano) para ser gasta em pesticidas, iscas, armadilhas e helicópteros que lançam veneno do céu.

Existe a preocupação de que o veneno acabe atraindo as aves, mas os estudos dos biólogos locais garantem que os benefícios de exterminar os predadores são maiores do que os riscos ao meio ambiente. O foco principal da campanha são três tipos de roedores: os ratos, os possums (espécie trazida da vizinha Austrália) e os arminhos. Juntos, eles causam a morte de 25 milhões de aves ao ano.

O ratos provavelmente chegaram às ilhas por acidente, nos barcos dos imigrantes e conquistadores. Com esses humanos, vieram os coelhos, usados para caça e alimentação. Os peludos se reproduziram demais – e foi quando, no século 19, os neozelandeses perceberam que alguma coisa precisava ser feita para proteger a fauna local. A grande ideia que tiveram foi introduzir os arminhos, um tipo de doninha. Ele até ajudaram a caçar coelhos… Mas também atacavam as aves, o que não adiantou muita coisa.

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Por último, os possums também chegaram ao país por razões pouco legítimas: foram trazidos por australianos que queriam iniciar o comércio de peles nas ilhas.

A proposta de eliminar esses predadores já deu certo em 100 pequenas ilhas que fazem parte do território neozelandês, mas falta aplicá-las na Ilha Norte e Sul, a porção principal de terra do país.

A iniciativa da Nova Zelândia enfrenta o amor dos humanos por bichos – por dó ou por achá-los fofos, algumas pessoas permitem que os roedores se alojem (e se reproduzam) na sua propriedade, pondo o projeto em risco.

Isso porque o governo não tocou no ponto mais delicado da história: os bichos de estimação. Gatos domésticos também são predadores das aves nativas do país, além de serem difíceis de controlar e manter dentro de casa. Mas a Nova Zelândia ainda não está pronta para ser tão radical – afinal, entre os invasores perigosos, os próprios humanos talvez sejam os piores.

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