Número de espécies marinhas caiu pela metade em menos de 50 anos
Só 45 anos foram necessários para destruírmos metade do maior ecossistema do mundo. O que será que vem pela frente?
A vida marinha corre sério risco de extinção. Quer uma prova? Um relatório divulgado pela WWF apontou que a quantidade de espécies oceânicas foram reduzidas pela metade nos últimos 45 anos. Alguns peixes, como o atum e a cavala, já tiveram a população reduzida em 74%. Os recifes de corais podem desaparecer até 2050, um dado extremamente preocupante. Hoje, 850 milhões de pessoas se beneficiam diretamente deles, desde a produção de medicamentos e até o turismo, por exemplo. Eles também servem como lar para pelo menos 25% das espécies que vivem nos oceanos. Até os pepinos do mar estão ameaçados: vistos como iguarias, eles já tiveram a população reduzida em 90% em alguns lugares.
Segundo a WWF, os principais culpados somos nós mesmos. Atividades humanas como a pesca excessiva, destruição de habitat e mudança de clima, estão colocando em risco a vida marinha como nós conhecemos. Felizmente, existe esperança: o relatório também apontou que é possível reverter e amenizar as consequências catastróficas que estão reservadas para o futuro dos oceanos. Pescar de modo sustentável, consumir e produzir de forma mais consciente, proteger os corais, os mangues e outros habitats são boas soluções.
É claro que a teoria é bem mais fácil que a prática, e muitas vezes os problemas ambientais são vistos com ceticismo pelas autoridades internacionais. É importante que os objetivos sejam enxergados com seriedade pela comunidade política; é só assim que que os investimentos serão feitos e os planos implementados.
Os oceanos são recursos que deveriam servir ainda muitas gerações. Se em menos de 50 anos reduzimos nossas espécies pela metade, nos próximos 50 o cenário mais provável é a destruição completa. “Se nós vivermos com limites sustentáveis, os oceanos vão contribuir para a segurança alimentar, meios de subsistência, economias e nossos sistemas naturais”, disse Marco Lambertini, diretor geral da WWF.