Não é de hoje que os astrônomos conhecem a belíssima NGC 4321, galáxia localizada na constelação Cabeleira de Berenice, no aglomerado de Virgem. Mas nunca a tinham visto com tanta perfeição – até que o Hubble a fotografasse, já depois de ter sido “operado” para corrigir seus defeitos de visão.
O núcleo da galáxia agora aparece claramente como um ponto branco, formado por estrelas antigas, enquanto antes, em fotos mais antigas do Hubble, era apenas uma mancha amarelo-esbranquiçada. Estrelas jovens, antes meras nuvens azuladas, despontam nos dois principais braços em espiral: os pontos luminosos nesses braços são imensos e poderosos berçários, onde nascem milhares de estrelas, envoltas ainda em gás. Tal perfeição de imagem só era conseguida em umas poucas galáxias, dez vezes mais próximas à Via Láctea, com os maiores telescópios da Terra.
A 65 milhões de anos-luz (1 ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros), NGC4321 pode ser localizada até com um telescópio amador, de tamanho médio, mas nem os maiores instrumentos instalados em terra podem mostrar os detalhes que o Hubble capta do espaço.