O grudento e melado manto terrestre
Quanto mais fundo estiver, mais viscosa é a rocha derretida.
Geólogos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, construíram um modelo em computador que explica porque as placas tectônicas – as balsas de pedra sobre as quais se apóiam os continentes e os oceanos – são tão grandes. Elas têm até 13 000 quilômetros de extensão, quando deveriam ter no máximo 3 000 quilômetros. Mark Richards e Hans-Peter Bunge verificaram que o problema está no magma, ou seja, as rochas derretidas do interior da Terra. Quanto mais fundo se vai, mais grudento ele fica. Se a viscosidade fosse homogênea, o material derretido subiria e desceria em movimentos circulares, quebrando a crosta em várias pequenas balsas. Se a melação é maior embaixo, ela faz movimentos mais amplos na superfície, rasgando a crosta em pontos mais distantes (veja ao lado). “Isso significa que é o manto que impõe o tamanho gigantesco às placas”, disse à SUPER Bunge.
Por isso, a Terra tem essa cara
O material que sobe e desce é mais melado no fundo. Assim, recorta a crosta em grandes fatias.
O magma sobe por esta falha, no Oceano Pacífico, que forma a cordilheira submarina do Havaí.
Aqui, a placa tectônica do Pacífico mergulha de volta para as profundezas, por baixo da América do Sul.
A falha no meio do Oceano Atlântico alimenta a placa tectônica que afasta a África da América do Sul.