O mundo perde US$1 trilhão por ano por deixar de tratar a depressão e ansiedade
Do ponto de vista da saúde, sempre fez sentido tratar essas doenças. Mas um novo estudo confirma que também faz sentido do ponto de vista econômico.
Recentes pesquisas da Organização Mundial de Saúde (OMS) sugerem que o tratamento ineficaz de depressão e ansiedade está gerando problemas econômicos importantes.
Esses transtornos de saúde mental custam à economia global US$1 trilhão a cada ano, segundo o estudo, publicado na terça-feira na revista The Lancet Psychiatry. Além disso, disse à Rádio Pública Nacional americana o médico Shekhar Saxena, da OMS, as doenças mentais causam “muitas mortes e muita invalidez”.
Do ponto de vista da saúde, sempre fez sentido tratar essas desordens, disse em comunicado a diretora-geral da OMS, Dra. Margaret Chan. Para ela, “este novo estudo confirma que também faz sentido do ponto de vista econômico“.
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O estudo estimou o que aconteceria se mais recursos fossem dedicados à melhoria dos tratamentos para depressão e ansiedade em 36 países de renda baixa, média e alta entre hoje e o ano 2030. A melhoria dos tratamentos, principalmente terapia psicossocial e terapia medicamentosa antidepressiva, custaria um total de US$147 bilhões nesse período.
A boa notícia: a intensificação do tratamento se traduziria em uma melhora de 5% na participação e produtividade da força de trabalho, algo que o estudo estima que injetaria US$399 a mais na economia global. Além disso, a pesquisa concluiu que essas melhorias no tratamento de doenças mentais levariam a um aumento total de 43 milhões de anos saudáveis à vida das pessoas até 2030, o que significaria um retorno adicional de US$310 bilhões.
“Em matéria de saúde mental, todos os países são países em desenvolvimento”, falou Saxena, explicando que alguns países de alta renda têm em média apenas um psiquiatra para cada 2.000 habitantes.
A OMS tem vários programas em curso no momento para avaliar os recursos de saúde mental de diferentes países, enviando profissionais especializados para assistir às pessoas em situações de emergência.
“Este não é um problema apenas de saúde pública -também é um problema do desenvolvimento”, explicou Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial. “Precisamos agir agora, porque a economia global não pode se dar ao luxo de arcar com produtividade perdida.”
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