O que é ciência?
Uma das grandes discussões que envolvem a Super desde a sua criação é o escopo do termo ciência.
Adriano Silva Diretor de Redação
Dia desses assisti a uma palestra do Ziraldo. Ele se referiu ao jornalismo como a melhor profissão do mundo. “Às vezes, não consigo entender como todas as outras pessoas conseguem viver fazendo outra coisa”, disse. Eu o entendi completamente. Também tenho a convicção de que gozo do melhor emprego do mundo. Não é o mais bem pago, nem é o mais fácil. Mas, para mim, é o melhor. Isso se deve ao fato de que o jornalismo é uma atividade fascinante. E se deve ao fato de que a
Super é uma revista única, maravilhosa. Acordo todo dia contente por fazer o que faço. Por essa felicidade diária sou muito agradecido. Especialmente a você, leitor, que é a razão de ser disso tudo.
A Super está prestes a completar 15 anos. (Aguarde: estamos preparando muita coisa bacana para comemorarmos juntos, de maneira inesquecível, essa data!) A revista tem sido, é e continuará sendo a melhor e maior revista de divulgação científica do Brasil. Gostamos de tomar conceitos complexos e explicá-los de maneira simples. Gostamos de garimpar o que de mais relevante está sendo produzido em ciência no mundo e trazer essas novidades para você, de forma profunda e completa. Gostamos de abrir nossas páginas para idéias que façam pensar. Nosso objetivo é gerar conhecimento, instigar a reflexão e oferecer a você algumas horas de divertida e bem-humorada instrução.
Uma das grandes discussões que envolvem a Super desde a sua criação é o escopo do termo “ciência”. (Não nos incomodamos de estar no epicentro de grandes discussões porque sempre aprendemos muito com elas). Muitas pessoas tendem a imaginar que a ciência se circunscreve às ciências exatas. E a achar que as ciências humanas e sociais não merecem muito respeito. Em decorrência disso, há sempre uma expectativa de ver na Super apenas matérias calcadas na matemática e na biologia, na objetividade e nos números, nos laboratórios e na visão cartesiana de mundo. Sempre que publicamos matérias sobre áreas mais subjetivas do saber humano, amparadas na cultura e no comportamento, há a impressão de que não estamos falando de ciência.
Para nós, essa distinção não faz sentido. Para a Super, tudo isso é ciência. História, filosofia, semiótica e psicologia, por exemplo, são objetos de estudo tão instigantes e merecedores de atenção quanto a física ou a química, a alta tecnologia ou a astronomia. Em suma: os pensamentos e os sentimentos nos interessam tanto quanto os neurônios e as células. A aventura humana, contraditória e espetacular, nos encanta tanto quanto os átomos e as moléculas. E isso não torna a Super menos científica. Muito ao contrário.
Bem, antes de lhe desejar boa leitura, quero dizer que já está nas bancas a edição especial Vida Simples, da Super. Para quem já percebeu que menos é mais. Que há mais coisas na vida do que ganhar dinheiro. Que nos impomos todo dia dezenas de falsas necessidades que só trazem sofrimento. Enfim: para quem não abre mão de viver mais e melhor uma vida mais centrada, mais feliz e mais… simples.