O que faz uma pessoa gostar de um alimento e outra não?
Tais diferenças envolvem desde predisposições genéticas e culturais até uma sensibilidade maior das papilas gustativas ao sabor amargo.
A ciência ainda não tem uma resposta definitiva para explicar por que alguns gostam de jiló e outros não suportam chocolate. Existem, porém, boas hipóteses. “Tais diferenças envolvem desde predisposições genéticas e culturais até uma sensibilidade maior das papilas gustativas ao sabor amargo”, afirma o neurocientista Paul Briesling, do Centro Monell de Química dos Sentidos, em Filadélfia, Estados Unidos. Segundo ele, enquanto algumas pessoas são mais sensíveis, por exemplo, à guanina (substância encontrada na água tônica), outras nascem sem essa sensibilidade. “Mas esses casos relacionados aos receptores do amargor são raros: a maioria das preferências individuais está relacionada a fatores sociais e psicológicos”, diz Briesling.
A aceitação de uma bebida por um mesmo grupo de jovens ou uma má experiência na infância associada a um alimento específico teriam, assim, uma influência decisiva nos gostos pessoais. “A cultura é determinante”, afirma o otorrinolaringologista Yotaka Fukuda, da Unifesp. “É como o gosto musical: o aparelho auditivo pode ser igual, mas há quem não suporte certos ritmos ou as melodias de determinados compositores”, diz ele.