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O rato ressuscitou!

Depois de passar 16 anos no freezer, ele acaba de voltar à vida - e pode trazer junto espécies extintas há milênios

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h48 - Publicado em 30 nov 2008, 22h00

Texto Circe Bonatelli

Diz a lenda que Walt Disney, o criador do rato Mickey, foi criogenado – congelado logo após a morte para ficar preservado até o dia em que, talvez, a ciência tenha condições de ressuscitálo. É apenas um mito; na verdade, Disney foi cremado. Mas, se ele estivesse na geladeira, poderia ter esperanças de um eventual reencontro com Mickey Mouse: pesquisadores japoneses conseguiram reviver um camundongo que passou os últimos 16 anos congelado. O truque foi juntar a criogenia, que existe há várias décadas e nunca foi levada muito a sério pela comunidade científica, com as mais recentes pesquisas sobre clonagem.

Os cientistas conseguiram extrair DNA do cérebro do rato, e usaram esse material para criar uma cópia idêntica do animal. A grande novidade é que, pela primeira vez, a clonagem foi realizada com células congeladas – até então, acreditava-se que o frio estragasse o DNA. Os pesquisadores acreditam que a nova técnica possa ser usada para ressuscitar bichos desaparecidos há milhares de anos, como os mamutes – em 2007, na Sibéria, cientistas russos descobriram um filhote dessa espécie que estava congelado havia 40 mil anos. “É possível usar recursos da clonagem para reviver animais e também fazer um banco genético com tecido congelado de espécies ameaçadas de extinção”, afirma o biólogo Teruhiko Wakayama.

Geneticamente, o ratinho clonado é idêntico ao camundongo que passou 16 anos congelado. Mas não tem a mesma personalidade, nem as mesmas memórias, do outro rato. Mas, ainda que não se trate de uma ressurreição 100%, a descoberta animou as empresas e os cientistas que já praticam a criogenia – no mundo, há 176 pessoas congeladas em tanques de nitrogênio líquido. “Isso vai estimular as pesquisas, e o que for descoberto sobre a preservação de células e tecidos poderá nos ajudar”, afirma o canadense Ben Best, presidente do Cryonics Institute, grupo que mantém 90 pessoas em estado criogênico (o serviço custa US$ 100 mil).

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Igual, mas diferente

Veja como foi a ressurreição do camundongo

1. QUE FRIO!

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O bicho ficou 16 anos num refrigerador comum, a menos 20 oC.

2. CABECINHA

O rato foi descongelado e teve o cérebro extraído em laboratório.

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3. A INJEÇÃO

Os cientistas pegam o DNA das células e inserem num óvulo de rata.

4. VIDA NOVA

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Três semanas depois, o clone nasce – idêntico ao rato congelado 16 anos antes.

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