Muitos dos fenômenos mais importantes do Universo são invisíveis aos nossos olhos. Não emitem luz visível, mas apenas ondas de rádio. Daí a importância desta imagem que mais parece uma tela a óleo, com os relevos deixados pela tinta. Mas não é pintura: é o céu noturno registrado por um radiotelescópio.
A imagem foi montada por um computador, que converteu sinais de rádio em formas e cores. A maior parte dos seus pontos brilhantes não são as estrelas próximas da Terra. Estas, por serem boas emissoras de luz visível, dominam o céu, normalmente. Em vez disso, o que se vê na foto são galáxias muito distantes. Algumas aparecem tão fracas nos telescópios ópticos, que só podem ser estudadas pelas ondas de rádio que emitem. Uns poucos astros são quasares: galáxias tão poderosas que só mostram) seu núcleo, cujo brilho ofusca as estrelas ao redor.
As galáxias da foto estão, em média, a uma distância de 5 bilhões de anos-luz (1 ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros). O que significa que estamos vendo o Universo quando jovem, há 5 bilhões de anos.
Por isso, vale a pena investir anos na montagem de imagens como essa. Os sinais de rádio foram captados entre 1986 e 1987 pela antena de 91 metros de diâmetro do Observatório Nacional de Green Bank, Estados Unidos.
Esse instrumento deixou de funcionar em novembro de 1988, por problemas técnicos. De lá para cá, os astrônomos analisaram os sinais e compuseram a imagem. Falta agora estudá-la e interpretar as informações coletadas.