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Os dinossauros estavam em declínio antes de sua extinção, aponta estudo

Há milhões de anos um asteroide causou uma extinção em massa que desapareceu com quase todos os dinossauros. Mas cientistas defendem que esse teria sido apenas o golpe final.

Por Luisa Costa
Atualizado em 26 jul 2022, 12h46 - Publicado em 1 jul 2021, 16h09

Há 66 milhões de anos, um asteroide causou uma extinção em massa na Terra. Ele caiu na Península de Yucatán, no México, e seu impacto desencadeou uma devastação ambiental levantando uma grande nuvem de poeira e bloqueando parte da luz solar. O evento resultou na extinção de cerca de 70% das espécies presentes na Terra, incluindo os dinossauros não-aviários – restaram apenas aqueles que deram origem às aves modernas.

Essa é a hipótese mais aceita para a extinção dos dinossauros, mas é debatido se eles estavam em declínio ou não antes do impacto.

Uma equipe internacional de cientistas investigou a questão. Em estudo publicado no último dia 29 na revista Nature Communications, os pesquisadores mostram resultados que apoiam um declínio ecológico dos dinossauros não-aviários bem antes do impacto do asteroide.

Os cientistas analisaram 1,6 mil fósseis. “Observamos as seis famílias de dinossauros mais abundantes em todo o Cretáceo, abrangendo de 150 a 66 milhões de anos atrás, e descobrimos que todos eles estavam evoluindo e se expandindo e claramente sendo bem-sucedidos”, afirma Fabien Condamine, autor principal do estudo e pesquisador do Institut des Sciences de l’Evolution de Montpellier (França).

“Então, há 76 milhões de anos, eles tiveram uma queda repentina. Suas taxas de extinção aumentaram e, em alguns casos, a taxa de origem de novas espécies caiu”, explica o pesquisador. Essa queda repentina dos dinossauros teria ocorrido, então, até 10 milhões de anos antes do asteroide – que teria sido o golpe final.

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Os pesquisadores investigaram a influência de diversos fatores e exploraram diferentes tipos de causas possíveis para o declínio dos dinossauros. Eles descobriram que provavelmente houve dois fatores principais.

Um dos fatores provavelmente foi o resfriamento global. Os autores afirmam que os resultados mostraram que períodos quentes favoreciam a diversificação dos dinossauros, que provavelmente dependiam de temperaturas altas, enquanto períodos mais frios levavam ao aumento de extinções.

Outro fator principal para o declínio teria sido a queda da diversidade de dinossauros herbívoros. Segundo os pesquisadores, os hadrossauros teriam superado outros herbívoros e prevalecido nos ecossistemas – seus dentes mostram que eles eram capazes de comer uma variedade maior de plantas.

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O declínio de herbívoros pode ter sido prejudicial para uma série de espécies de dinossauros. Segundo Mike Benton, pesquisador da Universidade de Bristol e co-autor do estudo, “a perda de herbívoros tornou os ecossistemas instáveis ​​e propensos [aos eventos sucessivos de] extinção”.

Além disso, os pesquisadores acreditam que as espécies de dinossauros que tinham uma vida mais longa eram mais sujeitas à extinção – provavelmente elas apresentavam menos novidades evolutivas e eram menos capazes de se adaptar a mudanças nas condições ambientais do planeta.

É importante lembrar que o estudo oferece dados que apoiam a teoria de que os dinossauros estavam em declínio antes do impacto do asteroide, mas não pode confirmar a hipótese.

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