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Os gigantes se encontram no espaço

Em 1975, a acoplagem de uma Soyuz, soviética, com a americana Apollo, marcava o fim de uma era.

Por Salvador Nogueira
Atualizado em 8 ago 2019, 16h14 - Publicado em 27 jul 2019, 17h09

A reação dos soviéticos à vitória americana na corrida espacial foi fingir que não era com eles. Por anos, negaram ter feito qualquer esforço para ir à Lua, enfatizando que seu objetivo era desenvolver estações espaciais para voos de longa duração em órbita baixa.

A primeira dessas estações foi a Salyut 1, lançada no dia 19 de abril de 1971 por um foguete Proton (cujo modelo básico, com algumas atualizações, segue em operação até hoje), enquanto a Nasa ainda estava focada em suas últimas missões lunares. Era um feito inédito na exploração espacial, capaz de recuperar um pouco do orgulho soviético perdido, não fosse por um detalhe: nada deu certo.

A primeira tripulação destinada a visitar a Salyut 1 (Vladimir Shatalov, Aleksei Yeliseyev e Nikolai Rukavishnikov) teve problemas na acoplagem e não pôde abrir a escotilha para entrar. Lançada no dia 22, teve de retornar mais cedo, no dia 24, e, pior, na reentrada atmosférica gases tóxicos começaram a preencher a cápsula, levando Rukavishnikov a um desmaio. Mas os três sobreviveram sem sequelas. E essa foi a melhor das missões da Salyut 1.

O projeto de teste Apollo-Soyuz foi a primeira tentativa de criar um clima de cooperação espacial entre EUA e URSS.

A pior foi a segunda e última, iniciada em 7 de junho. A tripulação era para ter sido Alexei Leonov (o primeiro caminhante espacial), Valeri Kubasov e Pyotr Kolodin, mas, quatro dias antes do voo, um raio X de Kubasov revelou sinais de tuberculose, e a tripulação reserva assumiu a Soyuz 11. Desta vez, Georgy Dobrovolsky, Vladislav Volkov e Viktor Patsayev conseguiram entrar e cumprir seus objetivos a bordo. Fizeram experimentos com plantas, usaram um telescópio, realizaram observação da Terra, apareceram na televisão soviética e bateram o recorde de estadia ininterrupta no espaço – quase 24 dias. A cápsula voltou no dia 30, no que parecia ter sido um pouso normal. Mas, quando a equipe de resgate a abriu, a tripulação estava morta. Uma falha deixou o ar da cápsula vazar para o espaço, antes da descida.

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Do lado americano, havia a intenção de fazer o bolo e comê-lo também. Ainda em meio às missões lunares, criou-se o Programa de Aplicações Apollo, com o objetivo de usar os sistemas já prontos em outros projetos. Assim nasceu o Skylab, o primeiro laboratório espacial americano, lançado com o último dos foguetes Saturn V a voar, em 14 de maio de 1973.

A primeira tripulação, composta por Charles “Pete” Conrad Jr., Joseph Kerwin e Paul Weitz, bateu o recorde de permanência no espaço: 28 dias. A segunda tripulação, composta por Alan Bean, Owen Garriott e Jack Lousma, subiu em 28 de julho e passou 59 dias no espaço. O último voo para o Skylab aconteceria entre 16 de novembro de 1973 e 8 de fevereiro de 1974, com uma tripulação de novatos (Gerald Carr, Edward Gibson e William Pogue) e duração de 84 dias.

Americanos e soviéticos treinando juntos para a missão de teste Apollo-Soyuz, de 1975. (Divulgação/NASA)

Restava apenas uma última Apollo para voar, numa missão histórica: a primeira colaboração espacial entre as superpotências. Em 17 de julho de 1975, a Apollo tripulada por Thomas Stafford, Vance Brand e Donald “Deke” Slayton acopla no espaço com a Soyuz 19, tripulada por Alexei Leonov e Valeri Kubasov – um teste para o caso de uma superpotência ter algum dia de promover uma missão de resgate para socorrer um rival. Era o fim de uma era – com apertos de mão entre americanos e soviéticos.

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