Peixe vivo fora da água
Um engenheiro da Japan Air Lines acaba de implementar um método de transporte de peixes, por avião, que mantém o animal vivo sem água.
Para um povo apreciador de peixe cru como os japoneses, comê-lo fresco é um problema, a não ser que se more a poucos metros de onde ele é pescado. Um engenheiro da Japan Air Lines, porém, acaba de implementar um método de transporte de peixes, por avião, que mantém o bicho vivo sem água. É uma aplicação em tanques da anabiose, um processo descoberto no fim do século XIX, em que peixes de rios congelados “hibernam” durante o inverno e ressuscitam na primavera.
A técnica é empregada sobretudo no caríssimo baiacu, um peixe portador de uma bolha de veneno e que só pode ser preparado por cozinheiros especializados, que sabem limpá-lo sem espalhar o veneno pela carne. Nas experiências da JAL, o baiacu é colocado num tanque com água salgada, cuja temperatura é gradualmente abaixada até 0º. A água é então jogada fora, e o peixe “hibernado” cumpre as seis horas de vôo entre Kagoshima, onde é pescado, e Tóquio. Assim que chega, o baiacu é lentamente acordado com suaves massagens, mergulhado em pouca água para que não se afogue. A JAL espera colocar em prática esse novo método de transporte de peixes, ainda este ano, para levar a Tóquio baiacu fresco de qualquer lugar do mundo.