Um mistério de cerca de cinquenta anos: o que faz os peixes nadar tão rápido, se a força de seus músculos, segundo os cálculos dos especialistas, é menor do que seria necessária para atingir tamanha velocidade? Conhecido como paradoxo de Gray, essa charada pode estar às vésperas de ser desvendada graças a uma descoberta anunciada pelo biólogo americano, Lawrence C. Rome, da Universidade da Pensilvânia. Ao contrário do que se acreditava, a força de empuxo das nadadeiras dos peixes não vem dos músculos junto à cabeça, mas do que antes se acreditava ser apenas um eixo de transmissão: músculos vermelhos, altamente ricos em sangue.
Lawrence e sua equipe monitoraram a atividade elétrica desses músculos em peixes no aquário e depois aplicaram as mesmas cargas, em laboratórios, aos mesmos, extratos musculares, encontrando respostas semelhantes. Ou seja, muito mais do que transmitir o comando vindo da região da cabeça, é a contração desses músculos longitudinais que impulsiona as nadadeiras. O que talvez explique por que, antes, a relação entre força e velocidade parecia não ter sentido.