A lém de lerdo, o tubarão Isistius brasiliensis, que nada em mares tropicais, é nanico – não passa de 45 centímetros de comprimento. Ainda assim, vive dando dentadas em predadores maiores e muito mais ágeis, como atuns e golfinhos. A bióloga Edith Widder, do Instituto Oceanográfico Harbor Branch, na Flórida, descobriu como o pequeno peixe consegue a façanha. É que a parte inferior do corpo do animal é iluminada, graças a reações químicas que ocorrem no organismo, feito nos vagalumes. Assim, visto de baixo, o Isistius se camufla na cor azulada da água. Só existe uma pequena mancha perto da cabeça, que não brilha. Os peixões confundem essa marca escura com uma presa e atacam. Quando chegam perto, dão de cara com um animal bem maior do que o esperado. E, antes que consigam reverter a investida, o ºcrava os dentes, arrancando um naco do incauto. “Ele é o pernilongo dos mares”, disse Edith à SUPER. “Não mata ninguém, mas incomoda muito.”